O deputado Valmir Assunção (PT-BA) manifestou na quinta-feira (13), em plenário, repúdio às declarações preconceituosas contra quilombolas, indígenas e a população LGBT feitas pelo líder ruralista e deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS). “Um deputado federal não pode se prestar a isso, chamar os agricultores para enfrentar, despejar e utilizar todos os meios contra os sem terra, índios e quilombolas. Os parlamentares têm que dar exemplo”, disse o parlamentar petista.
Conforme vídeo que circula na internet, o deputado do PP critica o ministro Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência) e diz que no governo federal “existe um alinhamento entre quilombolas, índios, gays, lésbicas”, se referindo a eles como ‘tudo o que não presta’”.
“Queria deixar um recado simples para esta casa: quilombolas e índios fazem parte da nossa história e cultura, foram e são fundamentais para o País e, portanto, devem ser reconhecidos e reverenciados”, disse Valmir Assunção. “Gays e lésbicas são cidadãos e cidadãs brasileiros, e o Estado tem obrigação de fazer com que seus direitos sejam respeitados, e tem de agir para que esse segmento, vítima de violência cotidiana das mais variadas, físicas, morais, psicológicas, possa se livrar dessa opressão”.
Agressões- Valmir Assunção também criticou a atuação da Marinha contra quilombolas na Bahia. Há imagens divulgadas na imprensa em que são expostas agressões de militares contra a líder quilombola Rosimeire dos Santos e seu irmão Edinei dos Santos, na comunidade do Rio dos Macacos, na Região Metropolitana de Salvador.
“Existe uma agravante nesse ato praticado pela Marinha: toda a agressão aconteceu na frente das duas filhas da vítima, uma de 17 e outra de apenas 6 anos de idade”, disse Valmir. Segundo ele, “ficou evidente que a intenção dos militares era agredir a líder quilombola, (pois ) as imagens mostram que eles sequer conversaram”.
Para o deputado baiano, o conflito é mais um dos gerados por conta da insegurança jurídica de não ter havido a determinação de posse das terras quilombolas. “A área do Rio dos Macacos pertence às populações quilombolas da região. Cabe à Marinha apenas garantir a integridade, segurança e a inviolabilidade da área”.
Equipe PT na Câmara com Assessoria Parlamentar
Foto: Gustavo Bezerra