Torcidas organizadas apoiam MP e cobram ingressos mais baratos

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Representantes de torcidas organizadas presentes à audiência pública que debate a Medida Provisória (MP 671/15) que trata de modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, defenderam nesta terça-feira (26) a punição a dirigentes que tratam com irresponsabilidade a administração dos recursos dos clubes de futebol. Eles também pregaram a adoção de cotas dos ingressos para torcedores de baixa renda. Parte da reunião foi comandada pelo 1º vice-presidente do colegiado, deputado Andrés Sanchez (PT-SP).

Para o presidente da Urubuzada (torcida organizada do Flamengo), Gabriel Garcia, a MP é positiva para moralizar o futebol brasileiro. “É triste ver os clubes definhando, com altas dívidas por causa da gestão irresponsável de alguns dirigentes, que muitas vezes fazem gastos sem saber se vão dar conta de pagar, como acontece no caso da contratação de jogadores de alto custo”, explicou.

Já o presidente da  Gaviões da Fiel (torcida organizada do Corinthians), Rodrigo Fonseca, ao afirmar que embora entenda que avanços são inevitáveis, disse que não se pode confundir a modernização de gestão e responsabilidade fiscal dos clubes com aumento de preços de ingressos. “É clara a diferença entre o perfil de torcedor que frequenta os estádios nos dias atuais e o que frequentava antes”, destacou.

O presidente da Gaviões da Fiel propôs, durante o debate, que os clubes reservem ao menos 50% da capacidade total dos estádios para setores populares. Segundo Rodrigo Fonseca, dessa forma o número de torcedores aumentaria nos estádios. “Fazendo uma rápida análise nos estádios do brasileirão. Os setores que inevitavelmente se esgotam, são justamente os de valores mais baixos”, afirmou.

O presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas, André Azevedo, destacou que para reorganizar o futebol brasileiro outros temas precisam ser debatidos. “Temos que fazer um bom produto para o consumidor do futebol, que são os torcedores. Apoiamos a MP, mas temos que melhorar o produto futebol para atrair os torcedores aos estádios melhorando o horário dos jogos, o transporte até o estádio,  e a alimentação dentro das arenas”, defendeu.

Dívidas– O vice-presidente da Comissão Especial da MP, deputado Andrés Sanchez, disse que a maioria dos clubes já dispõe de instrumentos para punir os dirigentes por causa de dívidas não pagas. “A maioria dos clubes tem estatuto que prevê punição. Falta apenas cumprir”, atestou.

Ele esclareceu ainda que em relação ao afastamento dos torcedores dos estádios, outras causas precisam ser avaliadas. “Tem a questão do horário dos jogos. Quem vai ao estádio assistir Flamengo x Macaé às 22h?”, indagou.

Sobre o preço dos ingressos, Sanchez esclareceu que o preço final tem embutido um alto custo de impostos. “Em um ingresso com valor de R$ 30, cerca de R$ 16 a 17 é de impostos”, esclareceu.

O deputado Vicente Cândido (PT-SP) e o senador Humberto Costa (PT-PE) também participaram do debate.

Héber Carvalho

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