A tesoura do governo ilegítimo de Michel Temer nos investimentos federais está afiada. Desta vez, atingiu em cheio uma referência brasileira e mundial na área da agricultura: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa. O desabafo é do deputado Bohn Gass (PT-RS), líder do PT na Comissão Mista de Orçamento. Em discurso na tribuna, Bohn Gass explicou que de 2016 até agora, os recursos da Embrapa caíram de R$ 15 bilhões para R$ 8 bilhões. “Isso traz uma consequência direta para quem produz alimentos”, enfatizou.
O deputado do PT gaúcho pediu, inclusive, à bancada ruralista que da próxima vez que negociarem com Temer, que peçam além de anistia de suas dívidas, que não seja cortada a verba para a Embrapa, “para que não haja perda para a nossa pesquisa”.
Bohn Gass se referiu à medida provisória (MP 793), que refinancia dívidas de empresários rurais, laticínios, cooperativas e frigoríficos. A medida, conhecida por MP do Funrural, foi assinada um dia antes da Câmara decidir sobre o prosseguimento da denúncia de corrupção passiva contra Temer. “A anistia foi concedida em troca de votos para arquivar a denúncia”, criticou o petista.
Prejuízo – Para exemplificar os prejuízos com os cortes no orçamento da Embrapa, Bohn Gass citou que neste mês o Rio Grande do Sul realiza mais uma edição da Expointer e pela primeira vez, em 21 anos, a Embrapa não terá espaço próprio nessa feira. “A Embrapa não terá a sua vitrine em uma das maiores feiras do agronegócio brasileiro e da agricultura familiar”, alertou.
Na avaliação do deputado Bohn Gass, o corte na pesquisa, sem aviso ou planejamento, além de impedir novas pesquisas, paralisa as atuais. “Isso significa que muito trabalho e dinheiro já investido será jogado fora. Sim, pesquisas têm prazo. E o que deixa de ser feito é perdido”, lamentou.
O deputado concluiu afirmando que isso é uma “irresponsabilidade do governo golpista, que não tem compromisso com o futuro do País”.
Vânia Rodrigues