O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) ocupou a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (13), para manifestar perplexidade com o silêncio dos líderes do governo ilegítimo de Michel Temer diante da delação da Odebrecht. O parlamentar do PT lembrou que Temer foi citado 43 vezes em referência a esquemas de recebimento de propina. “Esse governo que está aí, ilegitimamente, é um governo acovardado, prisioneiro dos esquemas de corrupção”, afirmou Luiz Sérgio.
“Há poucos meses os líderes do governo Temer subiam nesta tribuna para fazer denúncia e pareciam vendedores de banca de jornais, pois traziam revista semanais e causa estranheza que hoje nenhum destes líderes trouxe uma revista ou jornal sequer. E sabem por que? Porque Temer foi citado 43 vezes e pasmem, Dilma não foi citada nenhuma vez e isso nós, petistas, nos orgulhamos. Por isso queriam o impeachment. Queriam tirar uma pessoa honesta, a presidenta Dilma, que não compactua com o malfeito e com aqueles que respondiam a processo”, frisou o petista.
“Temos um ministério provisório porque a cada mês se troca um ministro. E um governo com esses problemas não tem moral, ética para virem aqui seus líderes e apontar o dedo para quem quer que seja, porque antes é preciso fazer autocrítica, dizer a razão e por que o presidente Temer não tem coragem de demitir um Padilha [ministro chefe da Casa Civil], que é citado, ou demitir os ministros que são citados de manhã, de tarde e de noite”, acrescentou Luiz Sérgio.
Para ele, o governo temer é “prisioneiro” do fato de não possuir “autoridade” para demitir seus ministros, já que a consequência seria a renúncia do próprio presidente. “Ele perdeu autoridade e legitimidade, que na verdade nunca teve, pois o único instrumento que pode legitimar um político é o voto e Temer não teve porque tomou o poder através de um golpe. E tem menos agora porque está totalmente desmoralizado pelas delações em curso e pelas que ainda virão. O governo ilegítimo de Temer não tem como prosseguir”, avalia o deputado fluminense.
Luiz Sérgio condena o vazamento das delações que reiteradamente acontecem e ressaltou que isso comprova que há abuso do Judiciário. “Condeno a publicidade que foi dada à delação do primeiro da Odebrecht, da mesma forma que condenei todos os outros vazamentos e os vazamentos permanentes e contínuos são o melhor exemplo de que há abuso que precisa ser consertado pela legislação”, defendeu.
“Quando gravaram de maneira ilegal a presidenta Dilma Rousseff, mesmo sem autorização da Justiça, pouco tempo depois já estava nos meios de comunicação. A sociedade quer conhecer também o áudio da conversa do ministro Padilha, da Casa Civil, com o ex-ministro da Cultura e com o presidente da República”, cobrou Luiz Sérgio.
Gizele Benitz