STF prestaria “bom serviço” abrindo a caixa preta do acordo da Petrobras nos EUA

O colunista do jornal O Globo, Ascanio Seleme, escreveu no último sábado (31) que o Supremo Tribunal Federal prestaria um “bom serviço” se abrisse à defesa do ex-presidente Lula a íntegra dos três acordos que a Petrobras assinou nos Estados Unidos para se livrar de acusações que surgiram contra ela após a Lava Jato.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ao comentar o tema em sua rede social destacou as três verdades do artigo do jornalista: “1) Nos acordos que fez nos EUA e quer esconder aqui, Petrobras não acusa Lula e o PT; 2) É o contrário do que ela diz no processo em Curitiba; 3) Os acordos custaram U$ 4,8 bilhões, 7 vezes mais que  o ‘recuperado’ na Lava Jato”.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) também destacou, em sua rede social, que O Globo confirma que Petrobras não tem nenhuma prova contra Lula. “Empresa se nega a entregar para defesa de Lula documentos que supostamente comprovariam que ex-presidente “chefiou” organização criminosa. Sabe por que? Porque Lula é inocente e foi condenado sem crime e sem provas!”, protestou.

E o deputado José Guimarães (PT-CE) citou o trecho do artigo reproduzido e complementado pelo site GGN que enfatiza que “em 75 milhões de páginas de processos e acordos assinados pela Petrobras nos EUA por causa da Lava Jato, não há nenhuma prova de corrupção envolvendo Lula. “É isso o que a defesa quer saber, e a Lava Jato não quer deixar”.

Na mesma linha, os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Alencar Santana Braga (PT-SP), reforçaram que Petrobras não tem nenhuma prova contra Lula, “por isso se nega a fornecer à defesa do ex-presidente os contratos firmados com autoridades dos Estados Unidos”.

E os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Paulo Pimenta (PT-RS) também comentaram o assunto em suas contas no Twitter.

Acordos da Petrobras com os EUA

Conforme o GGN já detalhou no documentário Lava Jato Lado B (assista aqui), a Petrobras assinou um cease-and-desist com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (a SEC) e um non-prosecution agreement com o Departamento de Justiça (o DOJ, em inglês), para se livrar de acusações envolvendo a fraude nos balanços da estatal, que supostamente escondia a corrupção alegada na Lava Jato, e escapar também de um julgamento duro com base na FCPA, a lei anticorrupção norte-americana.

Para indenizar aos acionistas da Petrobras nos EUA, a empresa brasileira também assinou um acordo no processo batizado de “class-action”. No total, foram 4,8 bilhões de dólares despendidos pela estatal nos três processos. Hoje, o valor corresponde a R$ 27 bilhões – sete vezes mais do que o dinheiro que a Lava Jato diz que recuperou para a Petrobras.

A defesa de Lula briga na Justiça brasileira para obter acesso aos acordos. Os advogados querem saber se nas 75 milhões de páginas dos processos, há alguma prova de que Lula tenha sido o chefe da corrupção na Petrobras, como denunciou a Lava Jato em Curitiba. A força-tarefa e a Petrobras se negam a abrir a caixa preta do negócio.

“A estatal diz que os dados não tratam de corrupção, mas de apenas falhas contábeis, e que por isso não interessam à defesa do ex-presidente. Quem escarafunchou a papelada diz que não é bem assim, que os documentos enviados ao Departamento de Justiça (DOJ), à SEC, que é a comissão de valores local, e à Justiça de Nova York [na class-action] têm um capítulo inteiro só sobre corrupção. E nele, a petroleira não cita Lula nem o PT, acusando apenas cinco ex-diretores da companhia e dois ex-governadores”, escreveu o colunista.

Para o jornalista, “a incoerência entre o que a Petrobras assinou aqui [papel de vítima da corrupção] e os documentos que enviou à Justiça americana, que beneficiaria Lula, só se tornará oficial se os dados forem entregues aos advogados do ex-presidente por ordem judicial. Depois de ter sua petição negada pela primeira instância em Curitiba e pelo STJ, a defesa aguarda agora manifestação final de Edson Fachin. O ministro do STF prestaria um bom serviço à Justiça liberando os documentos”, defendeu Ascanio.

PT na Câmara, com portal GGN

 

 

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