Sociedade civil e Congresso se unem pelo Semiárido brasileiro

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) conduziu nesta quarta-feira (24) o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido, na Câmara dos Deputados, em Brasília. A frente tem a assinatura de mais de 200 deputados e senadores. Uma das principais prioridades é garantir recursos para as políticas públicas de convivência com a região. “Eu sou testemunha do que isso significa. Moro na cidade de Tabira, da comunidade rural de Poço Dantas, foi somente quando chegou uma cisterna rural na nossa casa que a lata d´água saiu da cabeça da minha mãe e das minhas irmãs”, relatou o deputado que preside a frente. Além de Veras, a coordenação é composta pelo deputado Bira do Pindaré e Patrus Ananias (PT-MG), vice-presidente e secretário-geral, respectivamente, e tem o apoio da Articulação Semiárido (ASA).

Para garantir o abastecimento de água para o consumo humano e produção de alimentos na região, o governo federal precisa investir R$ 5,6 bilhões na construção de cisternas até 2023, segundo dados da ASA contidos em publicações distribuídas durante o evento. “A convivência com o Semiárido requer pensar a cultura de estocagem. O fortalecimento desta cultura faz com que o povo do Semiárido consiga passar os períodos de secas como período mais ameno. Essa mudança vem de um processo de construção social, mas também de algo que construímos ao longo do tempo que foi a capacidade de dialogar com o Estado brasileiro”, explicou Alexandre Pires, da coordenação executiva da ASA.

Agricultora familiar do município de Riachos dos Machados, no Norte de Minas Gerais, Elisângela Aquino, destacou a importância das políticas públicas para os sertanejos. “A maioria das agricultoras e agricultores bebia lama porque as cisternas eram cavadas nos rios, nos córregos. Esses programas contribuíram para dar resistência a esse povo, ajudaram as agricultoras e agricultores a se descobrirem”, afirmou.

Para o presidente da Contag, Aristides Santos, não se pode considerar o desenvolvimento do País sem incluir o Semiárido neste processo. Já Ana Moraes, representante do MST, falou que a convivência com o semiárido somente é possível a partir do diálogo com as agricultoras e agricultores da região. “Foi preciso entender que a água não é um bem privado, mas, sim, um bem comum”, disse.

Mudança de paradigma que ganhou força a partir do governo Lula, como lembrou o deputado Patrus Ananias, ex-ministro dos extintos ministérios do Desenvolvimento Social e Desenvolvimento. “No começo, quando falamos que iríamos criar 1 milhão de cisternas, disseram que era demagogia, resultado: criamos 1,2 milhão”. Ananias citou ainda outros programas importantes para esse processo como Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, entre outros que levaram dignidade para os mais pobres do campo e da cidade.

Participaram do evento a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, parlamentares federais e estaduais, representantes dos governos estaduais, da Embrapa Semiárido e de diversas lideranças da sociedade civil.

Também participaram da audiência os deputados petistas João Daniel (SE), José Guimarães (CE), Assis Carvalho (PI), Paulo Guedes (MG), Merlong Solano (PI), Valmir Assunção (BA), Afonso Florence (BA) e Leonardo Monteiro (MG).

Semiárido

1.262 municípios

10 estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.

Abriga mais de 26 milhões de pessoas (IBGE, 2010), 12% da população nacional

Maior população rural do país: 1,7 milhão de famílias de agricultores familiares, incluídos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas, que enfrentam problemas seculares de concentração de terra, de escassez de água e de poucas oportunidades.

Chove apenas em um terço do ano, quando o inverno é considerado bom.

Presença de dois biomas: Caatinga e Cerrado

Assessoria de Comunicação

 

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