O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça, publicou norma no Diário Oficial, nesta terça-feira (24), que garante a concessão de visto especial a pessoas afetadas pelos conflitos armados na Síria e região que desejem chegar ao Brasil buscando refúgio. O visto especial será estendido também à família dessas pessoas deslocadas.
Somente na última sexta-feira, das 130 solicitações de refúgio aprovadas pelo Conare, 27 foram feitas por cidadãos que saíram da região dos conflitos. Atualmente, o Brasil já abriga cerca de 250 refugiados sírios relacionados ao conflito que atinge o país árabe.
Para o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), a medida do governo representa um “exemplo concreto” para o mundo. “O Brasil reafirma a sua postura histórica de expressar sua solidariedade, na forma de ações concretas, para pessoas perseguidas ou vítimas de conflitos armados ou tragédias socioambientais. Nesse momento em que há um grande impasse e relação à questão da Síria, o governo brasileiro demonstra com um gesto elevado a sua disposição em colaborar para a solução do problema e dos seus impactos”, afirmou Rosinha.
A crise humanitária causada pela guerra civil Síria expulsou cerca de dois milhões de pessoas, segundo dados do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), agência da Organização das Nações Unidas. O Líbano abriga 720 mil refugiados em acampamentos, outros 520 mil estão na mesma situação na Jordânia, 464 mil na Turquia e 200 mil no Iraque. O Egito recebeu outros 111 mil refugiados.
Segundo registros do Ministério da Justiça, é crescente o número de pessoas da região que busca se refugiar no Brasil. Para o diretor do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, João Guilherme Granja Xavier da Silva o Conare demonstra a tradição de sensibilidade do governo brasileiro. “A decisão expande o olhar humanitário brasileiro que, em vista do conflito na Síria, a resolução torna mais ágil o processo de entrada dos refugiados com suas famílias”.
O Representante do Acnur no Brasil, Andrés Ramirez, ressalta que a decisão tomada pelo Comitê Nacional para Refugiados reflete o compromisso humanitário do Brasil em manter suas fronteiras abertas para as vítimas do conflito na Síria. “Esta medida responde aos apelos que vêm sendo feitos reiteradamente pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados, devido ao enorme sofrimento humano causado por esta tragédia”.
Rogério Tomaz Jr. com agências
