Membros da bancada do PT no Senado se manifestaram nesta quinta-feira (23) após a notícia de que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) impôs sigilo de 100 anos nos processos administrativos envolvendo os agentes que assassinaram Genivaldo de Jesus, em Umbaúba, Sergipe.
Genivaldo foi morto em 25 de maio deste ano em uma espécie de “câmara de gás” improvisada por policiais no porta-malas de uma viatura, após ser abordado por estar sem capacete.
Via Lei de Acesso à Informação (LAI), a reportagem do portal Metrópoles solicitou a quantidade, os números dos processos administrativos e acesso à íntegra dos autos já conclusos envolvendo os cinco agentes que assinaram o boletim de ocorrência policial sobre a abordagem.
Na última segunda-feira (20), a PRF respondeu a demanda e se recusou a informar, até mesmo, a quantidade de processos administrativos envolvendo os policiais. A resposta contraria entendimento da Controladoria-Geral da União (CGU), que já se manifestou a favor da divulgação do teor de procedimentos concluídos.
“O que estão querendo esconder? A morte brutal de Genivaldo não pode e não vai ficar impune. Como presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, sigo acompanhando o caso e vou cobrar esclarecimentos à PRF sobre essa decisão”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Humberto e o senador Rogério Carvalho (PT-SE) participaram de uma diligência da Comissão de Direitos Humanos que foi até Sergipe coletar dados acerca do caso. Na oportunidade, os parlamentares obtiveram informações sobre o andamento do inquérito, se encontraram com autoridades para tratar dos protocolos de abordagem policial e também ouviram os familiares de Genivaldo.
Após a divulgação da imposição de sigilo aos processos, o senador Rogério Carvalho também criticou o procedimento adotado pela PRF e lamentou que a corporação tenha aderido à mesma prática de Bolsonaro para esconder informações sensíveis ao governo.
“A família do sergipano assassinado de forma brutal e covarde por agentes do Estado terá que aguardar 100 anos para saber detalhes deste crime. Com Bolsonaro, virou prática normal decretar sigilos para delitos. Mas essa farra vai acabar”, enfatizou.
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