Sem investimento, produção e demanda, Bolsonaro empurra economia ao desastre

O risco-país medido pelos contratos CDS (Credit Default Swap) chegou a 34%, o maior percentual desde 2002. A última crise ocorreu em 2017, quando bateu em 29% por conta do episódio envolvendo Joesley Batista. O CDS mede a percepção dos investidores sobre a capacidade de um país pagar suas dívidas. Em 2002, o percentual atingiu os mesmos 34%.

Outros indicadores também apontam para o fracasso da política econômica do governo. Em 2019, pela primeira vez, o Brasil sumiu do Índice Global de Confiança para Investimentos Estrangeiros, da consultoria americana Kearney, depois de estar no Top 5 até 2014. Em 46 dias, o Ibovespa perdeu todos os ganhos dos últimos 14 meses, segundo Ney Hayashi, jornalista da Bloomberg.

 

Incompetência e descompromisso

“É a fragilidade do Brasil, um país sem credibilidade, sem investimento, com pouca produção”, alerta a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Para a presidenta do PT, “a única coisa que ajuda são as reservas internacionais, deixadas por Lula, que Bolsonaro queima”. Até agora, o governo já queimou cerca de US$ 42 bilhões das reservas deixadas por Lula e Dilma. Apenas hoje, o BC vendeu mais US$ 3 bilhões para conter a alta do dólar.

As causas identificadas por Gleisi tem sintonia com a avaliação crescente entre os investidores, segundo matéria divulgada ontem pelo portal Globo.com. De acordo com especialistas, o maior entrave é a recessão e o baixo crescimento dos últimos anos. Para os investidores, “isso reduz renda, diminui capacidade de consumo”, fato constatado pela desaceleração da economia. “É o cansaço da falta de crescimento”, explicam.

Com Lula, enfrentamos crise mundial

A crise no mercado do petróleo e a epidemia do coronavírus não são motivos para justificar a incompetência do governo.

Em 2008, o Brasil também enfrentou a mais brutal crise econômica desde 1929, superando as dificuldades e mantendo o crescimento do país. Na época, o ex-presidente Lula apostou no mercado interno, na produção nacional e no poder de compra dos brasileiros. O inverso do que ocorre hoje com as políticas de arrocho fiscal do governo Bolsonaro.

Reformas e privatizações só pioram cenário

Diante do iminente desastre, investidores, setores empresariais internos e da mídia insistem com as teses das “reformas” e das “privatizações”.

As reformas previdenciária e trabalhista, empobreceram ainda mais a população. As privatizações, por sua vez, em especial no setor petrolífero, são apenas transferência de ativos para o setor privado sem resultar em investimentos na economia. Na verdade, em um cenário de queda das cotações do petróleo, as privatizações da Petrobras retiram caixa da empresa, favorecendo ainda mais a queda do investimento, que está em nível baixíssimo.

“As bolsas despencaram após preço do barril de petróleo cair mais de 30%. O dólar bateu recorde. A situação é extremamente preocupante”, adverte o senador Paulo Paim, convocando a sociedade à mobilização para superar a crise atual.

 

Por PT no Senado

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