Parlamentares da Bancada do PT na Câmara afirmaram em mensagens postadas no X (antigo Twitter) que a privatização do serviço público de energia da capital paulista, realizada por governos de direita em São Paulo, e a incompetência do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, são os principais fatores do apagão na capital paulista. Após uma tempestade na sexta-feira (11/10), normal para essa época do ano, milhões de imóveis ficaram sem energia. Passados três dias, a Enel (empresa que assumiu a distribuição de energia após a privatização da Eletropaulo) ainda não conseguiu reestabelecer o fornecimento em mais de 500 mil residências.
Diante dos transtornos causados a milhões de pessoas, o prefeito e o governador de São Paulo tentaram apontar o governo Lula como responsável pela falta de energia. A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), lembrou que foi a direita e a extrema direita brasileira que privatizaram a energia em São Paulo.
“É muita hipocrisia de Nunes e Tarcísio tentar ligar o novo apagão de São Paulo ao governo federal. Quem vendeu (e vendeu mal) nossas empresas de energia foi a turma deles, dos tucanos, de Temer, Bolsonaro e Guedes. Privatizar serviço público de energia e água não deu certo em nenhum lugar do mundo. É a população que paga a conta”, alertou.
Ela destacou ainda que, mesmo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que deveria fiscalizar empresas do setor que foram privatizadas, tem sua diretoria atual nomeada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, padrinho político do prefeito Ricardo Nunes e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
“Importante lembrar: 1) a diretoria da Aneel, agência “autônoma” que manteve a desastrosa concessão da Enel, apesar do apagão de 2023, foi nomeada por Jair Bolsonaro, chefe de Tarcísio e de Ricardo Nunes; 2) quem entregou a Eletrobrás foi Bolsonaro, e Tarcísio entregou a Sabesp; 3) sempre fomos contra a privatização de energia e água. São Paulo está colhendo os frutos que esse pessoal plantou! É hora da mudança”, ressaltou a petista.
Enel e Nunes: conta para o povo
Além da privatização ocorrida na distribuição da energia, deputados federais do PT de São Paulo também apontaram o atual prefeito da capital como responsável pelo apagão. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que Ricardo Nunes foi omisso e incompetente por não ter adotado medidas que evitassem a falta de energia. Segundo denúncias, em muitos locais galhos e árvores caíram por cima da rede elétrica, causando o colapso no fornecimento de energia após o temporal. A poda de árvores é um dos serviços prestados pela prefeitura.
“Nunes é omisso e incompetente. Há um ano São Paulo enfrentou o caos das chuvas: quedas de árvores, alagamentos e, claro, apagões. Um ano se passou e, adivinhem, estamos vivendo os mesmos problemas. O motivo? O prefeito não fez absolutamente nada para resolver a situação. Mais uma vez, a população sofre enquanto ele se esquiva de suas responsabilidades”, acusou o parlamentar.
Já a deputada Juliana Cardoso (PT-SP), ressaltou que a Enel também precisa responder pela sua ineficiência em restabelecer o fornecimento de energia à população da capital. “Após privatização, ENEL maximizou o lucro aos seus acionistas estrangeiros, em vez de investir na manutenção preventiva da rede de energia elétrica. E ainda demitiu funcionários. O resultado é o apagão. Necessário acabar com essa concessão”, defendeu.
Apagão de prefeito
Por sua vez, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) escreveu em sua conta no X que além da energia, também falta prefeito em São Paulo para resolver a situação. “Em São Paulo o apagão é de prefeito. Isentou a empresa de cumprir sua obrigação de aterrar os fios, defendeu a privatização (inclusive da Sabesp, que pode gerar consequências ainda mais graves para a população) e agora tira o corpo fora, como se ele não fosse o prefeito da cidade. De fato não é, porque até hoje não mostrou a que veio”, afirmou.
Também apontaram a privatização como causa de colapso no fornecimento de energia elétrica, assim como a omissão e incompetência de Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas, os deputados petistas José Guimarães (CE), Rubens Otoni (GO), Bohn Gass (RS), Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG).
Héber Carvalho