A deputada Maria do Rosário (PT-RS) registrou, em plenário, a passagem do Dia Mundial do Refugiado, 20 de junho, instituído pela ONU. Em seu discurso, Rosário protestou contra a decisão do governo interino e ilegítimo de Michel Temer de fechar as negociações com a União Europeia para o recebimento de refugiados sírios no Brasil.
“Por que se fecham as portas? O Brasil é uma das grandes economias globais. O Brasil deve manter abertas suas portas, de forma a cumprirmos metas humanitárias. O Brasil não pode fechar as portas para os refugiados. Temos um novo passo a dar, até porque buscamos ocupar espaços internacionais de relevância. E, se não queremos guerras e somos um país destinado à paz, devemos estar abertos, sim, a ampliarmos o número de refugiados e de pessoas recebidas no nosso País, pessoas que querem a paz e que fogem das guerras”, afirmou a petista.
“Protesto, diante do governo Temer, ilegítimo, porque o considero assim, por fechar as portas para os refugiados na data em que o mundo celebra a solidariedade internacional. Peço que essas medidas sejam revertidas em nome dos direitos humanos e das tradições brasileiras e mundiais”, reiterou a deputada Maria do Rosário.
Para a deputada do PT, o dia de hoje é dedicado à reflexão sobre os refugiados. “A vida dos refugiados diz respeito ao Direito Internacional Humanitário, que é anterior inclusive aos direitos humanos, que é como conhecemos essa estrutura internacional”, afirmou.
A parlamentar petista citou dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e que revela a maior crise sobre refugiados do mundo atual desde a Segunda Guerra Mundial. “Estamos com um contingente de 65 milhões de vidas humanas que não têm onde viver, que fogem de guerras, de opressão política ou religiosa e de toda forma de opressão. Trata-se de um problema global com grave repercussão. Muitos países europeus que têm recebido refugiados, hoje, como a Itália e a Grécia, vivenciam dificuldades e pedem aos países ricos da União Europeia, como Alemanha e Grã-Bretanha, para que não fechem as portas”, destacou.
Maria do Rosário prestou homenagem, durante seu discurso, à deputada britânica Jo Cox, do Partido Trabalhista. “Essa parlamentar foi morta justamente por defender os refugiados e uma política nacional na Grã-Bretanha voltada para a coerência com os direitos humanos, com o direito humanitário internacional e com o respeito aos refugiados”.
Michel Temer, presidente interino e ilegítimo, é o primeiro presidente do Brasil descendente de libaneses.
Gizele Benitz
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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