O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) revelou nesta terça-feira (16) que o advogado Rodrigo Tacla Duran aceitou o convite para explicar na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, as graves acusações de extorsão no âmbito da Lava Jato envolvendo o ex-juiz (hoje senador) Sergio Moro, o então procurador-chefe da Operação (atualmente deputado), Deltan Dallagnol e a advogada Rosangela Moro, hoje deputada. De acordo com o advogado, um montante de R$ 5 milhões foi depositado na conta do escritório do sócio da empresa de advocacia de Rosângela Moro, esposa do ex-juiz.
O convite a Tacla Duran, que atualmente vive na Espanha, é fruto de requerimento do deputado Rogério Correia e foi aprovado por unanimidade na semana passada pela Comissão. O petista lembra que desde a época da Lava Jato, e agora no parlamento, Moro e Dallagnol têm se mobilizado para evitar que Tacla Duran seja ouvido. Em abril, por exemplo, um requerimento similar ao aprovado foi encaminhado à Comissão de Fiscalização, Financeira e Controle, e Dallagnol fez de tudo para bloquear a convocação – com sucesso.
Extorsão de recursos
“As denúncias que ele faz são relativas à extorsão de recursos para que investigados (pela Lava Jato) ficassem livres da prisão. O fato é que Tacla Duran nunca foi ouvido na Lava Jato. Estranhamente Sergio Moro e Deltan Dallagnol não escutavam a denúncia que ele se propunha a fazer. Eu conversei com ele pelo WhatsApp e ele quer vir. [Tacla Duran] Só quer marcar uma data que coincida com o depoimento que ele também prestará ao novo juiz responsável pela Lava Jato”, explicou Rogério Correia.
O petista disse durante reunião na Comissão de Administração e Serviço Público que Tacla Duran já poderia ter sido ouvido no Brasil. Ele lembrou que o atual juiz da Lava Jato, Eduardo Fernando Appio – da 13ª Vara Federal de Curitiba – revogou o pedido de prisão que existia contra Tacla Duran e convocou o advogado para prestar esclarecimentos aqui no Brasil sobre as acusações de extorsão. No entanto, relembra o petista, a decisão do atual responsável pela Lava Jato foi cassada pelo desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), “coincidentemente” pai do sócio do escritório de advocacia de Sergio Moro e de sua esposa, Rosângela Moro, em Curitiba.
“É importante que ele (Tacla Duran) venha aqui na Câmara e faça a sua denúncia e se confronte com o deputado Deltan Dallagnoll e a deputada Rosangela Moro, que estarão aqui. Espero que isso (a denúncia de extorsão) seja devidamente apurada aqui no Brasil, e não eliminado por autoridades que se utilizaram do poder judiciário para fazer política”, criticou Rogério Correia.
Acusação contra compadre de Moro e ex-procurador da Lava Jato
Em um depoimento prestado virtualmente ao juiz Eduardo Appio, em maio, o advogado Tacla Duran também acusou de extorsão o advogado Carlos Zucolotto, compadre de Sergio Moro, e o ex-procurador Carlos Fernando Santos Lima, um dos coordenadores da Lava Jato na época do ex-juiz.
Assessoria de Comunicação do deputado Rogério Correia
