O deputado Rogério Correia (PT-MG) cobrou hoje (12) do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, providências para instalar processo investigativo sobre a atuação das milícias no Rio de Janeiro, inclusive com a possível ligação desses grupos criminosos com a família Bolsonaro.
Segundo o parlamentar, com as prisões nesta terça-feira de acusados de matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, sendo que um deles é vizinho do presidente Jair Bolsonaro em um condomínio de luxo no Rio de Janeiro, é mais do que necessária a abertura de investigação especial no âmbito do Ministério da Justiça, sobretudo para se descobrir os nomes dos mandantes do crime.
Silêncio de Moro
Em requerimento encaminhado hoje a Moro, Rogério Correia lembra que há fortes indícios de relação das milícias com parlamentares do Rio de Janeiro, o que ficou mais explícito agora com a prisão dos acusados de assassinar Marielle e seu motorista.
“A prisão do sargento reformado da PM Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos 13 disparos, e do ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, traz ainda mais suspeitas sobre a relação da família Bolsonaro com milicianos”, diz o parlamentar em seu requerimento. Ele estranhou o silêncio de Moro sobre o caso.
Na indicação de hoje (número 148/2019), Rogério Correia aponta as coincidências que revelam as ligações do PM e do ex-PM presos com a família Bolsonaro. “Ronnie é vizinho do presidente Bolsonaro na barra da Tijuca e é estranho um policial conseguir se manter em condomínio de luxo como esse”, observou.
Moro ignora condomínio de Bolsonaro
Segundo informações da imprensa, no condomínio de Bolsonaro nenhum imóvel é comercializado por menos de R$ 2 milhões. “Moro não mostra a mesma preocupação com essa informação, e condenou Lula por um tríplex que nunca foi dele”, comentou o deputado.
É o quarto requerimento de Correia endereçado a Moro para que abra investigação sobre o caso, já que Marielle era vereadora em pleno exercício do mandato quando foi morta, em 14 de março do ano passado.
Gravidade
Em um dos requerimentos, enviado no dia 8 de fevereiro a Moro, o parlamentar já havia apontado a gravidade do caso. O ministro da Justiça manteve-se em silêncio, segundo o deputado. No documento do mês passado, Correia recomendou a Moro que deixasse de atuar como advogado da família Bolsonaro e abrisse processo de investigação, como é o dever de sua Pasta.
Foto de ex-PM com Bolsonaro
Rogério Correia observou também, no documento enviado hoje a Moro, que Élcio Queiroz ostenta em seu perfil de Facebook uma foto ao lado do presidente Jair Bolsonaro em que ambos aparecem descontraídos e sorridentes. “A foto foi publicada alguns meses após o assassinato da vereadora e do seu motorista, demonstrando no mínimo proximidade entre o ex-PM e o presidente”.
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