O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou por meio de sua conta no Twitter, nesta quarta-feira (13), que um dos objetivos do presidente Jair Bolsonaro em defender a volta do voto impresso no País é ter uma justificativa para contestar uma possível derrota nas urnas nas eleições de 2022. Na série de mensagens na rede social, o parlamentar também apresentou uma reportagem do Jornal do Brasil – de novembro de 1994 – na qual o então candidato a deputado federal Jair Bolsonaro é acusado de se beneficiar de um esquema de fraude eleitoral com cédulas falsas.
O parlamentar lembrou ainda que, hoje, quase 27 anos depois da acusação de fraude eleitoral a favor de Bolsonaro – descoberta pelo juiz Nélson Carvalhal, da 24ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, o atual presidente coloca em cheque a lisura das urnas eletrônicas. Ele lembrou o episódio em que Bolsonaro, a cerca de 10 meses, disse ter provas que comprovariam fraude nas eleições de 2018 e que as apresentaria “em breve”. Rogério Correia destacou que a comprovação “ficou na promessa, pois até agora, nada das tais provas”.
“A tática levada a cabo por Bolsonaro serve ao propósito de, em caso de derrota em 2022, ter uma saída que una seus apoiadores – e, quem sabe, tentar algo parecido com o que Donald Trump tentou nos Estados Unidos, felizmente sem sucesso até agora: melar o processo democrático do país. Estamos atentos quanto a isso”, afirmou.
Impeachment de Bolsonaro
O parlamentar mineiro escreveu ainda que, na última segunda-feira (11), ele e os demais parlamentares da Bancada do PT na Câmara protocolaram o 60° pedido de impeachment de Bolsonaro. Correia explica que, desta vez, o atual presidente é acusado por apologia à tortura, crime “devidamente tipificado no código penal e proibido pela Constituição federal”.
O pedido de impeachment faz referência a declarações públicas de Bolsonaro em que faz ironias sobre as torturas sofridas pela ex-presidenta Dilma Rousseff durante o período da ditadura militar. Em meio a risadas, Bolsonaro colocou o fato em dúvida e ainda cobrou que fosse mostrado um raio-x da ex-presidenta para provar uma fratura na mandíbula sofrida por ela durante a sessão de tortura.
“Crimes não faltam, e tampouco faltará disposição nossa para entrarmos com quantos pedidos forem necessários, até que enfim o bom senso prevaleça e o debate sobre o impeachment seja iniciado”, ressaltou.
Héber Carvalho