Rodrigo Maia manobra e impede votação das Diretas Já na CCJ

O governo ilegítimo de Temer sofreu duas derrotas nesta terça-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que tinha na pauta a proposta de emenda à Constituição (PEC 227/16), conhecida como a PEC das Diretas Já. E a derrocada só não foi ainda maior porque o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu iniciar a ordem do dia com pouco mais de 50 deputados em Plenário. O que obrigou o colegiado a encerrar os seus trabalhos.

“É lamentável que o Rodrigo Maia tenha usado desse expediente para impedir a discussão dessa PEC que pode devolver a democracia para o povo brasileiro e apontar a saída da a grave crise que o País vive”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que encabeçou as assinaturas do requerimento apresentado pela Bancada do PT pedindo a inversão dos procedimentos da CCJ para que a PEC das Direitas fosse o primeiro item em apreciação.

Maria do Rosário explicou que a derrota do governo Temer começou com a garantia do quórum no colegiado e terminou com a rejeição do requerimento do governo pedindo votação nominal na inversão de procedimento. “O governo, com toda a força que sempre teve aqui, que é maioria, se transformou em pequeno. Os deputados da base não o apoiaram, não votaram com o governo, rejeitaram a procrastinação da apreciação da PEC das Diretas”, enfatizou. Ela acrescentou que havia uma chance muito grande do colegiado aprovar a admissibilidade da proposta.

“A pressão que está nas ruas é grande e o interesse que tem que prevalecer aqui dentro do Parlamento não é o do Temer, não é o do deputado, mas é o do povo. Nós temos que pensar saídas para salvar o Brasil e o caminho é só com voto popular”, reforçou.

Absurdo – A deputada Erika Kokay (PT-DF) considerou um absurdo o início da ordem do dia sem quórum para qualquer votação. “Começou a ordem do dia com pouco mais de 50 deputados. Para votar qualquer matéria são necessários no mínimo a presença de 257 deputados. Foi mais um golpe, tudo para impedir a discussão da admissibilidade da PEC das Diretas. Isso mostra que eles (governo e sua base) tem medo do povo e tem a certeza de que Temer não se sustenta mais”, criticou.

Erika enfatizou que as manobras, o kit obstrução, é para impedir o direito democrático e constitucional do povo escolher quem vai governar o Brasil. “Eles não querem as eleições diretas porque sabem que este governo já é página virada da história brasileira. Porque querem fazer com que esse Parlamento corrupto decida quem será o novo presidente. Mas uma vez querem retirar o direito do povo escolher”.

Golpe – Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ), mais um golpe encerrou a reunião da CCJ, porque era nítido que havia votos suficientes hoje (23) para dar andamento à tramitação da PEC das Diretas. “O Rodrigo Maia, que é um golpista contumaz, que é envolvido em investigação, dá mais esse golpe. O governo está desesperado, o Temer, um bandido que é rejeitado por mais de 90% da população brasileira, tenta negociar sua permanência no cargo, o tempo necessário para não ir para a cadeia”.

Vânia Rodrigues

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