Repressão fascista da Polícia Militar contra estudantes é denunciada por parlamentares do PT

esplanada fora temerDiversos parlamentares da bancada do PT na Câmara protestaram, na tribuna, contra a repressão de cunho fascista por parte da Polícia Militar sobre a manifestação de estudantes na Esplanada dos Ministérios, nesta terça-feira (29). Estudantes universitários e secundaristas protestavam contra a votação da PEC 55, que congela por vinte anos os gastos em educação, saúde, previdência social, infraestrutura e todas as outras despesas não financeiras – ou seja, deixa livre do corte o pagamento de juros da dívida – do orçamento federal.

Um incidente pontual no espelho d’água do Congresso, por volta das 17h50, desatou uma violência brutal por parte da polícia, que agiu como uma turma ensandecida – porém fortemente armada – contra os estudantes, que recuaram e foram perseguidos até a Catedral de Brasília, distante quase dois quilômetros do Congresso Nacional.

Na tribuna da Câmara, o deputado Padre João (PT-MG), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, foi um dos que denunciou o “abuso, a atrocidade e a violência da polícia” contra um ato pacífico. “Havia milhares e milhares de estudantes e éramos vários Parlamentares que pedíamos à polícia que não atacasse os estudantes. Inclusive, nós Parlamentares fomos também atacados, seja com bombas de gás lacrimogênio, seja com gás de pimenta. Foi uma coisa absurda! Desse tipo de polícia não precisamos! Nenhuma nação precisa de uma polícia tão violenta”, protestou o petista.

O deputado Marco Maia (PT-RS), ex-presidente da Câmara, esteve no grupo de parlamentares que tentou impedir a violência contra os estudantes e se somou aos discursos que denunciaram a ação inadequada da polícia. “Eu, com 14 anos aqui nesta Casa, não tinha ainda assistido uma atitude tão truculenta, uma forma tão leviana de tratar uma manifestação. Se houve erros por parte dos manifestantes, tem que se tratar esses erros de forma adequada. O que não se pode é atingir a todos aqueles que estavam ali, única e simplesmente protestando, como fizeram também com os Parlamentares e com os Deputados que lá estavam tentando mediar e chegar a uma solução para este conflito”, relatou Maia, que cobrou do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), uma atitude em relação ao descontrole da força policial.

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a conduta da polícia foi “assustadora”. A congressista gaúcha também destacou o ataque desferido contra parlamentares que tentavam mediar a situação. “Nós não conseguimos cumprir com o nosso papel. Nós fomos atacados. Mas antes foram atacados jovens estudantes e trabalhadores vindos de todos os Estados brasileiros que tão somente queriam ser ouvidos nas suas reivindicações”, registrou Maria do Rosário, que mencionou ainda o governador Rollemberg e a “falta de comando” da PM-DF.

“Os manifestantes estão no seu direito constitucional de expressar a sua opinião a respeito de iniciativas legislativas. Nada justifica que sejam tratados com essa violência desproporcional. Nós próprios, deputados, tentamos junto à polícia uma ação de mediação que foi ignorada. Fomos tratados a gás de pimenta”, acrescentou a deputada Margarida Salomão (PT-MG).

Outra testemunha da truculência policial contra os estudantes foi a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). “Eu nunca tinha visto uma coisa dessas, nem quando invadiram este plenário, tomaram conta da presidência, sentaram nessa cadeira e quebraram tudo aqui dentro. Nunca tinha visto uma manifestação dessa natureza. Foi a maior repressão aos estudantes brasileiros”, lamentou Benedita.

“Eu estava lá, acudindo uma companheira que estava passando mal, e eles estavam jogando pimenta”, registrou o deputado Marcon (PT-RS).

Outra vítima e testemunha da violência policial foi a deputada Moema Gramacho (PT-BA), que ressaltou a diferença de tratamento da polícia de acordo com o tipo de manifestante. “Não se pode ter dois pesos e duas medidas. Nós presenciamos aqui meses e meses de manifestantes acampados lá fora e não se fez nada para impedir apenas porque eles estavam lá fora se manifestando a favor do golpe contra a presidenta Dilma. E ninguém mexeu com eles. Agora, os estudantes que vêm aqui contra esta PEC nefasta são expulsos à base de bomba”, lembrou Moema.

Segundo o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a ação da PM-DF transformou numa “praça de guerra” a Esplanada dos Ministérios. ”Sou Parlamentar no quarto mandato. Já acompanhei e já assisti a muitas manifestações aqui em Brasília e nunca vi nada parecido com o que Brasília está vivendo hoje. Toda a área em frente ao Congresso Nacional, a Esplanada dos Ministérios, foi transformada em uma praça de guerra. Há uma ação totalmente descontrolada. Há um uso desproporcional da força, há uso da violência”, apontou Pimenta.

PT na Câmara
Foto: Lula Marques/Agência PT

 

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