A deputada Rejane Dias (PT-PI) alertou em plenário na quarta-feira (3) sobre o crescimento da violência dentro das escolas públicas em todo o Brasil. “O País atravessa um momento de grande intolerância e de muita violência dentro da escola. Desde 2002, ao menos, 9 escolas brasileiras sofreram atentado por parte de alunos e de ex-alunos. Eles entram portão adentro armados e abrem fogo, sem dó e nem piedade, contra quem veem pela frente. A essa altura, no Brasil, foram 28 mortos e 48 feridos, que ingressaram na lista da violência escolar”, lamentou.
Rejane Dias criticou também a solução apontada por parte do governo Bolsonaro, que seria a revogação do Estatuto do Desarmamento. “Isso seria um absurdo”, ponderou.
A deputada citou que nos Estados Unidos, onde nasceu a onda de ataques nas escolas e onde há um regime permissivo de comércio de armas, mais de 660 ataques foram registrados nesse mesmo período, de acordo com levantamento da Escola Naval de Pós-Graduação dos Estados Unidos. “Lá, os professores ficam não somente na mira de revólveres, mas são abordados com metralhadoras e fuzis”, completou.
Na avaliação da deputada Rejane, não se combate a violência com mais violência. “É preciso avançar nas investigações e nos estudos sobre a incidência desses distúrbios mentais entre os nossos jovens”, defendeu. Ela disse que irá propor a criação de uma Frente Parlamentar, para aprofundar mais o debate sobre o tema e encontrar soluções.
“O que aconteceu na escola em Suzano acontece todos os dias, em pequena ou grande proporção, nas formas mais variadas de agressão, desrespeito e abusos dentro da própria escola, e é preciso entender onde reside o problema e, com a ajuda da sociedade civil organizada, encontrar solução”, justificou.
Internet, jogos e fixação por desafios
A deputada do PT piauiense disse que é preciso entender o que leva os jovens a essas atitudes e questiona: “O que leva à depressão? O que leva à violência? São os jogos em rede? É a fixação por desafios?”
Ela fez um alerta sobre o submundo da Internet. “Há no Brasil hoje centenas de organizações criminosas que atuam livremente, orientando os nossos jovens a cometer esse tipo de crime. Os assassinos de Suzano, no caso, Guilherme e Luiz Henrique, eram membros assíduos, eles foram encontrados em diversas publicações dessas comunidades de ódio online pedindo dicas para realizar o ataque”, citou. E conclui afirmando que espera, no debate, encontrar uma saída para esse mal, que tem afetado as escolas e dizimado alunos e professores.
Vânia Rodrigues
Foto – Gabriel Paiva