A deputada Reginete Bispo (RS) usou o horário da Liderança do PT na noite desta terça-feira (13) para anunciar o 2º Encontro Nacional das Mulheres Quilombolas, que acontece em Brasília hoje e amanhã, com o objetivo de defender a titularização da terra e a instituição de políticas públicas para os quilombos do campo e da cidade. “As mulheres quilombolas estarão reunidas, durante 2 dias, para dizer ao poder público brasileiro e ao Parlamento que elas querem políticas públicas urgentes nesses territórios, como saúde, educação, geração de trabalho e renda, investimento. Mas, mais do que isso, querem a regularização, a titularização desses territórios, que foram esquecidos nestes últimos anos”, afirmou.
Reginete manifestou apoio e solidariedade às comunidades remanescentes de quilombos no nosso País, que hoje são mais de 6 mil. “E nós sabemos, o Brasil é um grande quilombo, porque ele foi forjado na luta do povo negro e na escravização por quase 4 séculos de homens, mulheres e crianças neste País, sem que o Estado brasileiro tenha feito qualquer reparação a esse crime hediondo contra o nosso povo”, lamentou.
A luta e a resistência do povo negro, explicou Reginete, deram-se de diversas formas, e uma delas foi se organizar em comunidades rurais e urbanas, já na época denominadas de comunidades remanescentes de quilombos. “Ocorre que essas comunidades, a partir da Constituição de 88, adquiriram o direito da sua titularização e, mais, a devolução dos seus territórios, que foram grilados, vilipendiados ao longo da história desse País, recheada de violências e torturas contra o nosso povo”, denunciou.
Desenvolvimento Agrário
Reginete destacou que “felizmente”, o presidente Lula retomou o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tem a responsabilidade, através do Incra, de titular esses territórios. “Felizmente, foi retomada a Fundação Cultural Palmares, que tem um papel determinante na certificação e no reconhecimento desses territórios. Houve um processo de desconstrução das políticas públicas, mas estamos retomando essas políticas com muita força e vigor”, afirmou.
A deputada reconhece que será preciso enfrentar o racismo institucional “E para isso, precisamos da mobilização e da organização permanente principalmente do povo negro, mas também daqueles que têm um compromisso com a luta antirracista no Brasil. E a luta antirracista passa, nesse momento, por enfrentarmos todas as violências que o povo que foi escravizado neste País ainda sofre, pois ele ainda passa por escravização”, alertou.
“Então, viva a luta quilombola! Vivam as mulheres quilombolas. Eu tenho a honra e a alegria de ser mulher negra e fazer parte desse processo, dessa luta”, finalizou a deputada.
Vânia Rodrigues