Reginaldo Lopes: Gasolina cara é culpa de Bolsonaro

Foto: Gustavo Bezerra

O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), responsabilizou diretamente o presidente neofascista Jair Bolsonaro pela escalada dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha no País. “Não é a política de preços da Petrobras, é uma opção política do governo Bolsonaro”, disse o líder, ao lembrar que a adoção do sistema de paridade de preços de importação (PPI), que dolariza o preços dos combustíveis sem levar em conta os custos de produção em real, é decisão do Conselho de Administração da estatal, do qual o governo federal é o controlador majoritário.

Segundo o deputado, trata-se de um “roubo”, já que a política extorsiva de preço da empresa tem tirado dinheiro do povo brasileiro para beneficiar acionistas minoritários. “Esses recursos se encontram na mão de meia dúzia de afortunados acionistas, em sua ampla maioria estrangeiros, que receberam R$ 106 bilhões” em dividendos ao longo de 2021, observou o líder do PT.

Líder Reginaldo Lopes. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Gás a preço de ouro

Ele denunciou que a situação chegou a tal ponto com Bolsonaro que um botijão de gás no interior de Minas Gerais tem sido vendido a R$ 150, parcelado em dez vezes no cartão de crédito, enquanto o litro de gasolina supera os R$ 8.

“Todo o povo brasileiro sabe hoje que está sendo roubado pela política de preços de Bolsonaro”, comentou Reginaldo Lopes. “O povo brasileiro é o sócio majoritário da Petrobras, não meia dúzia de acionistas”. Em sua opinião, a situação é tão grave que Bolsonaro, caso saia na rua, “vai apanhar do povo brasileiro”, já que “está assaltando o poder de compra da ampla maioria” da população do País.

Ele desafiou o governo militar presidido por Bolsonaro a tomar medidas para impedir o descalabro dos preços dos derivados de petróleo no País, com uma política de transparência na composição dos custos que compute os valores em real na cadeia produtiva. “Eu exijo que a Agência Nacional do Petróleo publique o custo de produção dos derivados de petróleo no Brasil, e que o faça em moeda nacional, porque nós não moramos nos Estados Unidos”.

Transparência nos custos de produção

“A saída é a transparência na política de preços de derivados de petróleo no Brasil. É uma vergonha uma empresa do povo brasileiro não ter coragem de dar transparência”, afirmou o parlamentar. “Vamos publicar mensalmente a composição dos seus derivados em moeda nacional! Pode colocar na publicação os lucros e dividendos dos acionistas”.

Para o líder do PT, Bolsonaro é “irresponsável” e pratica “uma política criminosa” contra a economia popular e a maioria dos trabalhadores, que já têm gastado mais de 10% de sua renda para comprar um botijão de gás, “tudo em nome dos acionistas e do mercado financeiro”.

Ele lembrou que durante o governo Lula (2003-2010), houve investimentos maciços da empresa, o que levou à descoberta do pré-sal e a Petrobras à condição de uma das maiores empresas petrolíferas do planeta. Naquela época, os investimentos na empresa geraram cerca de 2% dos empregos formais do País, explicou Lopes. Agora, a empresa não investe, entrega seus ativos a grupos privados internacionais a preços irrisórios, colocando um setor estratégico na mãos de estrangeiros, e implementa uma política de preços para favorecer grupos que importam gasolina e diesel, num processo em que o povo perde e os acionistas ganham, contou o líder do PT.

Uma fraude chamada privatização

Ele denunciou que a direção atual da Petrobras tem desmontado refinarias, não implementa políticas de geração de emprego no País e as petrolíferas estrangeiras continuam a exportar petróleo bruto sem pagar imposto, graças a uma lei aprovada no governo do golpista Michel Temer.

Reginaldo Lopes criticou os ideólogos do neoliberalismo do atual governo, os quais colocam o capital acima de tudo mas não conseguem explicar a falta de investimentos privados, por exemplo, na construção de refinarias.

“Desmontam-se as refinarias, deixam-nas em capacidade ociosa para justificar as 400 empresas privadas importadoras de petróleo refinado, mas que nunca abriram uma refinaria no Brasil”, disse. “Cadê o capital privado? Por que não abrem uma refinaria? Por que não construíram uma refinaria?”.

O líder denunciou que o discurso da privatização é enganador, ao lembrar que a refinaria Landulpho Alves, na Bahia, recém privatizada, tem vendido o petróleo refinado 27,5% mais caro do que as refinarias que não foram privatizadas, desmentindo o discurso de que a venda traria mais competição ao mercado e, por consequência, suposta redução dos preços.

 

Redação PT na Câmara

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