Usei este espaço para debater ideias e propostas
Minhas palavras hoje são de despedida, agradecimento e esperança. Devo me afastar desta coluna, já que a legislação eleitoral exige que pré-candidatos não ocupem espaço nos meios de comunicação durante os 90 dias que antecedem o pleito.
Agradeço à direção e à equipe de O TEMPO pela parceria e por abrir democraticamente suas páginas para que, semanalmente, nos últimos três anos, eu me expressasse sobre ideias e projetos que tenho para o país. Ao acolher as mais diversas opiniões, o jornal comprova seu compromisso com a democracia e a pluralidade.
Exerci aqui, nesta página, uma prática que iniciei junto com a vida política, pois foi escrevendo em jornais, ainda na adolescência, em Bom Sucesso, que difundia minhas ideias e visão de mundo, naquele Brasil que havia reconquistado recentemente a sua democracia. Ainda na escola secundária, ajudei a criar o “Liberdade de Expressão”, um jornal escrito á mão e montado, letra por letra, numa máquina tipográfica.
Despedidas são momentos de fazer reflexões e balanços e prestar contas. Lembro-me do primeiro texto que aqui publiquei, no qual apresentava propostas para a reforma tributária que era debatida na época. Desde aquele artigo, apresentei aqui muitas ideias, opiniões, sempre buscando caminhos que o país tem que trilhar para retomar a construção de um projeto de nação.
O período em que fui colunista de O TEMPO coincidiu com os tempos mais difíceis da vida nacional. Com um déspota à frente do governo federal, os brasileiros e brasileiras sofrem cotidianos ataques em todos os níveis.
E quis o destino que, justamente quando mais precisávamos dos serviços públicos, em função da pandemia, convivêssemos com um governo que negou a ciência, fez negociatas nas compras de vacinas, sucateou a saúde pública e foi diretamente responsável pela morte de mais de 670 mil pessoas.
Por isso, as eleições que se avizinham são as mais importantes das nossas vidas. Elas representam uma nova chance que o país tem de encontrar seu rumo, para a reconquista da democracia, da soberania nacional, dos empregos, da preservação do meio ambiente e dos direitos sociais, trabalhistas e econômicos do povo brasileiro.
Gerar e distribuir renda.
Recuperar a confiabilidade de uma política econômica que assegure investimentos produtivos por parte do empresariado, retomar as inversões do setor público em obras de infraestrutura, instituir um mercado interno que impulsione as atividades econômicas e gerar e distribuir renda.
Como disse Lula, hora de colocar “o coração junto com a razão” para construir um país livre da fome e na vanguarda da preservação do meio ambiente, em desenvolvimento sustentável e em geração de tecnologia de ponta para uma economia verde. Construir um país mais igualitário, com vida digna para todo o povo brasileiro.
Nestes dias em que estou rodando o Estado fazendo minha pré-campanha de deputado federal e coordenando a campanha de Lula e Kalil, tenho sentido a esperança voltar aos lares dos mineiros. Por meio do voto, nosso povo vai dar a resposta para aqueles que destruíram o país nos últimos anos.
A batalha eleitoral não será fácil, pois enfrentamos os que defendem a volta da ditadura e ameaçam o tempo todo com um possível golpe contra a democracia. Mas a força popular há de ser mais forte, e espero voltar a escrever neste espaço já no tempo de um novo Brasil, que dê oportunidades para seu povo ser feliz de novo. Aos meus leitores, um até breve.
Reginaldo Lopes é deputado federal (PT-MG)
Artigo publicado originalmente no jornal O Tempo