Reformulação do ensino reúne mais de 300 pessoas em debate no MS coordenado por petista

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O ensino médio precisa ser reformulado para poder garantir um aprendizado de qualidade aos alunos desta etapa. Essa afirmação foi unanimidade no seminário estadual realizado na última sexta-feira( 30), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, coordenado pelo deputado Antonio Carlos Biffi (PT-MS). O evento reuniu mais de 300 pessoas, entre autoridades, educadores, alunos e diretores de escolas de todo o estado.

O evento foi organizado pela Câmara dos Deputados, por meio do mandato do deputado Biffi e da 4ª Secretaria da Casa, dirigida pelo parlamentar, que também é o coordenador da Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio em MS. A discussão está sendo realizada em todo o país, desde 2012, envolvendo os diversos segmentos da sociedade ligados à educação com intuito de compilar propostas para tornar esta etapa do ensino mais atrativa aos alunos.

A professora Nilene Badeca, Secretaria de Educação de MS e presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), apresentou as propostas elaboradas pelos secretários estaduais da educação elaboradas a partir de diagnósticos realizados nos estados. “Precisamos fazer uma reestruturação no currículo do ensino médio de forma a contemplar a infraestrutura na escola, capacitação e incentivos aos professores”, destacou ela, dentre os vários outros itens já entregues ao Ministério da Educação, que analisa a reformulação.

Para o reitor da Universidade Estadual de MS (UEMS), Fábio Edir, a qualidade do ensino médio tem reflexo direto no ensino superior. “Estamos dispostos a auxiliar na superação das lacunas existentes na formação dos alunos do ensino médio, como promover a capacitação dos profissionais que atuam nesta etapa do ensino”, comentou.

Já o professor  Antonio Osório, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) disse que o ensino médio como é atualmente não tem como apresentar bons resultados aos formandos. Segundo ele, os alunos estão recebendo certificado na educação básica, no ensino médio e até na universidade sem estarem alfabetizados. “Não temos que nos preocupar com o número de matrículas, mas sim com a qualidade do aprendizado nesta etapa”, ressaltou o professor.

Antonio Osório defende que o Estado dê uma bolsa para alunos do ensino médio, de forma que o próprio estudante possa adquirir seu material escolar. Para ele, o currículo também deve mudar, e não ser padronizado como é atualmente. “Se o estudante tem habilidade e gosta de arte, por exemplo, não deveria ficar decorando conteúdo de matemática”, questionou ele.

Os alunos, professores, diretores e sindicalistas também puderam apresentar suas sugestões ao final da fala dos palestrantes. Todos foram unânimes em dizer que o atual formato do ensino médio não funciona. Outro ponto de concordância entre os presentes é a melhoria no investimento para a formação dos professores. “Não adianta termos tecnologia na escola se os professores não estão capacitados para utilizar os equipamentos”, reclamou a aluna Letícia, da Escola Estadual João Carlos Flores, de Campo Grande.

O deputado Biffi disse que a discussão no país aponta algumas mudanças que são consensos, como a reformulação curricular para que as disciplinas sejam mais integradas entre si; maior investimento em escolas em tempo integral; melhoria na formação do professor, incluindo a formação continuada; ampliação do ensino médio profissional, como já vem acontecendo por meio dos institutos federais. “Os alunos nesta fase do ensino devem ter a opção de escolher pelo ensino técnico ou científico, de forma que ele possa dar sequência no ensino superior na área já escolhida”, destacou o parlamentar.

As propostas apresentadas no seminário serão apresentadas  ao presidente da Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio da Câmara dos Deputados,  Reginaldo Lopes (PT-MG), de maneira a serem incluídas no documento final. A partir deste trabalho os deputados vão poder elaborar projetos de lei pedindo mudança na atual legislação e encaminhar ao Ministério da Educação os pontos de caráter administrativo para o próprio ministério possa implantar as devidas alterações.

Assessoria Parlamentar

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