Recado do 1º de Maio: Lutar e resistir aos ataques de Bolsonaro contra os trabalhadores

Os deputados da Bancada do PT na Câmara, Vicentinho (SP) e Erika Kokay (DF), afirmaram nesta quinta-feira (2), durante sessão solene realizada pela Câmara em homenagem ao Dia do Trabalhador, que para a classe trabalhadora voltar a comemorar o seu dia é preciso resistir e lutar para manter os direitos conquistados e barrar os retrocessos que o governo Bolsonaro quer impor à população brasileira.

“Não temos esperança no atual governo por causa de suas propostas. O recado desse Dia do Trabalhador é o de que o povo precisa mobilizar-se, as pessoas precisam participar – já tem uma greve geral prevista – porque tudo que os trabalhadores conquistaram até hoje foi com luta, não foi de cabeça baixa”, conclamou Vicentinho, autor do requerimento para a realização da sessão solene.

O deputado disse ainda que o atual governo não tem compromisso com a classe trabalhadora. Ele lembrou que Bolsonaro, em recente entrevista, afirmou que o trabalhador teria de escolher entre direitos e emprego.

“São os direitos que garantem a manutenção e a geração de novos empregos. Ganhando bem, todo mundo compra, todo mundo vende, as empresas produzem muito mais (…) E mais, o Estado brasileiro tem que ser o porto seguro da sociedade, ele não pode condenar à morte aqueles que são os mais importantes para o País, que são os trabalhadores”, avaliou Vicentinho.

Foto: Gabriel Paiva

Ataque aos direitos dos trabalhadores

A deputada Erika Kokay chamou a atenção para os ataques que o direito dos trabalhadores vem sofrendo desde o golpe parlamentar de 2016. Para ela, são muitos os ataques, e um vai alimentando o outro. “Se a gente permite que haja um rasgo, uma ferida nos nossos direitos, nós vamos permitir que essa ferida vá se alastrando. Por isso, nós temos que lutar muito”, afirmou. Ela avaliou que a greve que foi deliberada pelas centrais sindicais será uma demonstração de que os trabalhadores neste País não vão ficar vendo os seus direitos serem violados. “Eles (os trabalhadores) não vão entregar seus corpos e suas vidas para serem pisoteadas pelos patrões”, alertou a petista.

A parlamentar elencou os malefícios que a Reforma Trabalhista provocou na vida dos trabalhadores: informalidade, terceirização, trabalho intermitente, asfixia do movimento sindical com a redução da contribuição sindical e alta taxa de desemprego.

“Eles diziam que a Reforma Trabalhista iria gerar mais de 6 milhões de novos postos de trabalho. Mas ao contrário, aumentou o desemprego, aumentou os acidentes de trabalho, aumentou a informalidade e as relações de trabalho foram precarizadas”, lamentou Erika Kokay.

A deputada alertou também para a nova investida do governo Bolsonaro contra os trabalhadores, ao encaminhar ao Congresso Nacional a proposta de emenda à Constituição (PEC 06/19) que dispõe sobre a Reforma da Previdência.

“Nós temos que barrar um dos maiores ataques aos nossos direitos que está em curso nesta Casa, que é a mudança na Previdência Social, acabando com as nossas aposentadorias. Temos que nos organizar e lutar contra esse retrocesso”, defendeu Erika Kokay.

 

Benildes Rodrigues

Fotos: Gabriel Paiva

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