Reajuste pífio do salário mínimo não recupera o poder de compra dos brasileiros, critica Reginaldo Lopes

Efeito Bolsonaro: inflação em alta e salário mínimo em baixa. Foto: Roberto Parizzotti/CUT

O Líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), criticou o reajuste irrisório dado pelo governo Bolsonaro ao salário mínimo, que passou de R$ 1.100 para apenas R$ 1.212 a partir do último dia 1º de janeiro. Segundo ele, ao não trazer ganho real ao mínimo – acima da inflação – a recomposição salarial não ajuda a recuperar o poder de compra da população brasileira, que atualmente sofre com inflação recorde, principalmente com os aumentos abusivos nos preços de alimentos, serviços e combustíveis.

Para o líder do PT na Câmara, mais uma vez o salário mínimo divulgado pelo governo federal fica aquém das reais necessidades do povo brasileiro. Segundo ele, Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes (Economia) não têm um “olhar republicano sobre a política de reajuste do salário mínimo” no País e “não pensam na vida do povo”.

“A medida do governo Bolsonaro demonstra que o enorme espaço fiscal aberto no orçamento de 2022 será usado apenas com fins eleitorais. Esse aumento pífio do novo salário mínimo não recupera o poder de compra dos brasileiros”, denuncia o líder petista.

Líder Reginaldo Lopes. Foto: Gustavo Bezerra-Arquivo

O reajuste aplicado pelo governo Bolsonaro considerou apenas a variação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) de janeiro a novembro de 2021 e a projeção da inflação do mês de dezembro do mesmo ano, estimada pela área técnica do Ministério da Economia. Portanto, sem ganho acima da inflação anual. Segundo Nota Técnica da Assessoria da Bancada do PT na Câmara, a ausência de recuperação do poder de compra via salário mínimo impacta principalmente a população mais pobre.

Inflação alta

“Nesses últimos dois anos, a inflação no Brasil, que já era crescente, teve alta na taxa acumulada em 12 meses, a partir do segundo semestre de 2020, como resultado basicamente da elevação dos preços de três grupos de itens que compõem os orçamentos familiares: “Alimentação e bebidas”, “Transportes” e “Habitação”. Isso significa que aqueles trabalhadores com renda muito próxima ao salário mínimo foram os mais afetados com o rebaixamento drástico do poder de compra”, afirma a Nota.

Segundo dados do Dieese, mesmo com o reajuste dado pelo governo, o novo mínimo não chega a comprar duas cestas básicas. A entidade aponta que uma cesta básica em São Paulo, por exemplo, custa cerca de R$ 700. Logo, com o novo piso de R$ 1.212 um trabalhador pode comprar apenas 1,73 de cesta básica na capital paulista.

Salário mínimo teve aumento real nos governos do PT

A política de valorização real do salário mínimo instituída pelos governos do PT (Lula e Dilma) garantiu aumento real (acima da inflação) de 77,01% ao salário mínimo. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 56 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Ausência de ganho real afeta a economia

Ainda de acordo com o Dieese, com o fim da política de aumento real do mínimo – interrompida no governo de Michel Temer e que continua no governo Bolsonaro -, o País perde um poderoso instrumento de fortalecimento da economia interna, que já se encontra em recessão após duas quedas consecutivas do Produto Interno Bruto (PIB).

“Existe um incremento em termos de renda na economia que chega a R$ 81 bilhões. Além disso, há outros R$ 44 bilhões que chegam aos cofres públicos, por meio de arrecadação tributária, por conta desse aumento do salário mínimo. Portanto, a política de valorização é um instrumento importante para a economia”, acrescenta o Dieese.

 

Heber Carvalho com informações da CUT

 

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