Reação virá das ruas: Serão 180 dias em ruas e praças para impedir retrocessos, anunciam deputados

 

BeneEnioAdelmoRasgar a Constituição, golpear a democracia, retirar direitos da população, comprometer a soberania nacional e privilegiar uma elite historicamente abastada. O script do golpe que avança no Senado segue como num enredo surreal: incapazes de chegar ao poder pelo voto nas urnas, os golpistas – grande parte deles envolvidos em investigações e processos judiciais – ensaiam depor uma presidenta legitimamente eleita por 54,5 milhões de votos, contra quem não existem provas de que tenha cometido crime de responsabilidade.

A reação virá das ruas. É o que avisam os deputados petistas, que apostam na força e na mobilização popular para reverter o golpe. “Nós, parlamentares, cada um em sua trincheira, estamos aqui para dizer que não estamos sozinhos. Serão 180 dias em que ficaremos em ruas e praças. A sociedade está atenta. Não queremos de forma alguma que o povo seja lesado mais uma vez. Quem conhece a ditadura sabe como ela é. E estamos diante de uma ditadura institucional, advinda da conspiração do vice-presidente Temer. É isso que não vamos tolerar”, disse a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), nesta quarta-feira (11) em ato de lançamento do movimento de resistência ao golpe, na Câmara.

A intenção do movimento é resistir ao golpe e não legitimar um eventual governo liderado pelo conspirador Michel Temer. “Não podemos poupar o Temer, porque um conspirador não merece nenhuma forma de consideração. Ele teve tempo suficiente como vice-presidente de colocar seu posicionamento e articular seu partido, que nunca votou totalmente as propostas vindas do governo. Nesse sentido, temos que denunciar essa farsa, que foi Temer na vice-presidência, que foi incapaz de articular seu partido para que votasse as propostas do governo para ajudar na superação da crise”, completou a deputada.

O deputado Ênio Verri (PT-PR) avaliou que o temor das elites – que se impôs durante 500 anos como mandatária dos destinos do País – é, na verdade, da volta do ex-presidente Lula em 2018. “Como sempre, essa elite tem medo da democracia, usa o golpe, usa o tapetão como instrumento para afastar a participação popular”, disse. Verri apontou que essa elite está tomando o poder “de forma espúria, desonesta e antidemocrática” para fazer do Brasil o que já fizeram no passado: um país miserável e empobrecido.

“Sempre fizeram isso, por que fariam diferente? Podemos esperar achatamento salarial, políticas voltadas aos mais ricos, fim das políticas sociais… Isso está claro no ‘Ponte para o futuro’ [documento que norteará eventual governo golpista]. Leiam, são 19 páginas apenas. Um texto claro que fala, por exemplo, sobre o fim da exigência legal de gastar o mínimo de 25% em educação e 15% em saúde. Fala do fim do processo do pré-sal, em que defendemos o regime de partilha e eles querem a volta do esquema de concessão. Na concessão, as grandes multinacionais voltarão a ganhar dinheiro, sem a possibilidade de repasses para a saúde e para educação”, explicou Verri.

O deputado Adelmo Leão (PT-MG) falou da gênese do golpe, que começou a ser articulado logo após a vitória da presidenta Dilma Rousseff para o seu segundo mandato. “Começou lá e foi intensificado e amplificado na Câmara, de modo muito especial com atuação do seu presidente, Eduardo Cunha, e dos seus asseclas. Vários deles. O Cunha caiu, mas mais de uma centena continua aqui. Não é uma coisa de uma pessoa só, mas de várias. É um golpe”, lembrou. “É um golpe contra o qual temos que fazer o grande e bom combate, porque o que estão sob ameaça são as grandes conquistas dos brasileiros – conquistas políticas, sociais, trabalhistas. Temos que resistir”.

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) falou da gravidade de se processar a presidenta Dilma Rousseff a partir de supostas irregularidades cometidas em contas relativas a 2015 e sequer possuem parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) e que, de forma mais grave, sequer foram enviadas ao Congresso para análise. “Cassar uma presidenta sem que ela tenha cometido um crime e mesmo com base em contas referentes a 2015 que não foram analisadas por aqueles que têm a função de analisar – o Parlamento brasileiro – evidencia que é um golpe, um atentado à democracia, cassando o voto de 54 milhões”.  

PT NA CÂMARA
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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