Punição aos golpistas

Líder Odair Cunha. Foto: Thiago Coelho

Odair Cunha (*)

As novas informações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, em 8 de janeiro de 2023, são chocantes e mostram nitidamente como a democracia brasileira foi atacada pelo governo passado. Foi desvelada a trama golpista colocada em curso pelo inelegível, com o apoio de seus cúmplices civis e militares, inclusive ex-ministros e militares de altas patentes, dentro do Palácio do Planalto.

Agora, à luz dos novos episódios revelados pela PF, o ex-capitão convoca uma manifestação em São Paulo, tentando se fazer de vítima.  Trata-se de demonstração de desespero, já que todas suas tramoias antidemocráticas feitas nos bastidores vieram à tona.

Não obstante a gravidade dos fatos, ele tenta, de novo, posar de bom moço, para enganar seus apoiadores. Não vai adiantar, pois prevalece o ditado: “mentira tem perna curta”.

A operação Tempus Veritatis (ou “hora da verdade”, em latim), da PF, trouxe informações alarmantes sobre as maquinações golpistas. Os fatos confirmam a necessidade de punição, pela Justiça, não só da horda que ocupou Brasília no dia 8/1/23, mas também dos financiadores e organizadores da barbárie. O inelegível Bolsonaro é um deles: antes de fugir para os Estados Unidos, articulou os ataques que resultaram na invasão e destruição das sedes dos três Poderes.

Ao longo de seu mandato, espalhou mentiras sobre as eleições, conspirou contra o STF e instalou o ódio entre os brasileiros.  Seu histórico — defesa de ditaduras e da tortura, ataque aos direitos humanos, desrespeito às instituições democráticas e conspiração diuturna contra a democracia e o Estado de Direito – mostra que ele é uma ameaça permanente às instituições e ao País.

A convocação para ato em 25 de fevereiro, em São Paulo, mostra que continua a ser um perigo para a democracia. Uma manifestação ilegítima e contrária à Constituição. O ex-capitão tenta mobilizar seus cúmplices para desafiar a Justiça e instalar no Brasil a balbúrdia. Poderá ser novamente alvo de processo.  O mais grave ainda é que expõe seguidores a eventuais ações na Justiça por participação em mais um ato golpista.

Usar a democracia, invocando o direito de liberdade de expressão e de manifestação, para destruí-la em nome de seus interesses pessoais, é outra manobra ardilosa de Bolsonaro.  É muito descaramento: tentou um golpe e agora, diante das investigações, tenta se colocar como vítima.

O Brasil conquistou a democracia, a partir de 1985, com a luta de diferentes setores da sociedade, às custas de prisões, torturas e mortes. É inaceitável que em pleno século 21 saudosos dos anos de chumbo conspirem para levar o Brasil de novo às trevas.  É inconcebível que ainda disseminem mentiras sobre fraude nas eleições presidenciais de 2022, questionando as urnas eletrônicas que garantiram a vitória do ex-presidente em 2018 e também ao longo de décadas em suas disputas para o cargo de deputado federal.

Os vândalos terroristas de 8/1 foram derrotados, mas é preciso manter vigilância constante, diante do ressurgimento da extrema direita e de grupos neofascistas no País. O negacionismo e o uso das redes sociais para difusão de mentiras e de fake news por setores autoritários são ameaças às instituições democráticas. Bolsonaro navega nesse submundo da internet, continua a estimular o ódio e é um perigo real para a democracia. Resta agora pagar pelos seus crimes por fomentar um golpe de Estado.

Sem anistia!

(*) *Deputado federal por Minas Gerais e líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

Artigo publicado originalmente na Revista Focus – FPA

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