PT defende CPI da Covid na Câmara para apurar omissão e responsabilizar Bolsonaro por genocídio

O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), defendeu hoje (13) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa para investigar a omissão do presidente Jair Bolsonaro na condução da política de prevenção e combate à Covid-19 e também responsabilizá-lo pelas mais de 358 mil mortes pelo novo coronavírus. “Bolsonaro é genocida sim”, disse o parlamentar.

A criação da CPI foi tratada hoje, em reunião virtual, entre os líderes do PT, PCdoB, PSB, Psol, Rede, PDT e Cidadania, com a participação dos líderes da Minoria e da Oposição na Câmara e no Congresso. Uma das possibilidades é usar o requerimento feito pela presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), para instaurar a CPI, que hoje tem 88 assinaturas. O número mínimo necessário é de 171 assinaturas.

Segundo Bohn Gass, as investigações da CPI poderão identificar, por exemplo, o porquê de o Brasil não ter vacinas contra a Covid-19 para imunizar maciçamente a população. Ele lembrou que no ano passado, quando Bolsonaro minimizou o problema e chamou a Covid-19 de “gripezinha”, o Brasil poderia ter adquirido pelo menos 116 milhões de doses de vacina, das quais 70 milhões de doses da Pfizer e outros 46 milhões de doses da Coronavac.

Governo genocida

“Faltaram insumos, oxigênio, não houve política para evitar aglomeração de pessoas e Bolsonaro ainda adotou, como adota, atitudes contrárias às medidas implementadas pelos governadores e prefeitos para conter a Covid-19 e evitar mortes”, afirmou o líder do PT.

Bohn Gass lamentou que mesmo diante do crescente número de mortes por Covid-19, o capitão-presidente continue a agir como se nada estivesse acontecendo, aprofundando a política genocida implementada desde o início da pandemia.

O líder destacou que outra tarefa primordial é iniciar o processo de impeachment de Bolsonaro. Já há mais de 100 pedidos protocolados na Câmara dos Deputados. O tema foi tratado na reunião desta terça-feira entre os partidos de oposição. Segundo Bohn Gass, a ideia é articular um diálogo com as entidades e parlamentares favoráveis ao impeachment para unificar o movimento. “É preciso um debate nacional para interditar esse governo genocida”, afirmou o líder do PT.

Não às privatizações

Bohn Gass defendeu a interrupção de votações contrárias aos interesses nacionais – como a reforma administrativa e as privatizações de empresas como Eletrobras, Correios, EBC e de ativos estratégicos da Petrobras – para que o Congresso se dedique integralmente a questões relacionadas ao combate à Covid-19.

Segundo ele, não há o menor sentido, por exemplo, tratar da privatização da Eletrobras, empresa que lucrou R$ 30 bilhões nos últimos três anos.

“Temos de nos concentrar na vacina contra a Covid e garantir auxílio emergencial de R$ 600,00 até o fim da pandemia”, disse. “Vacina no braço e comida no prato”, acrescentou.

Auxílio migalha

Bohn Gass qualificou como “indigno” o auxílio emergencial do governo Bolsonaro, que varia de R$ 150,00 a R$ 375,00, beneficiando 30 milhões a menos do universo de pessoas alcançadas no ano passado. “R$ 150,00 por mês significa R$ 5,00 por dia, ninguém vai se alimentar dignamente com essa quantia”, denunciou o líder do PT.

O parlamentar defendeu também a adoção de uma política de crédito especial para estimular a agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira, bem como a adoção de auxílio emergencial para esse segmento econômico.

Redação PT na Câmara

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