O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) cobrou na sessão da Câmara desta terça-feira (6) a imediata votação da medida provisória (MP 1039/21), que trata das regras para o pagamento do auxílio emergencial em 2021 para pessoas em situação de vulnerabilidade devido à pandemia de Covid-19. “É o apelo que faço, precisamos apreciar essa proposta para salvar vidas, para salvar a economia brasileira”, afirmou o deputado, acrescentando que tem certeza de que o Parlamento vai alterar a proposta do governo para garantir um auxílio de R$ 600 até o fim da pandemia, até a imunização total do povo brasileiro.
Na avaliação do deputado, é inaceitável que o governo federal, “que tem uma política da morte, uma política genocida no campo da saúde pública, agora construa a destruição da política econômica brasileira”. Isso porque o novo auxílio, que começa a ser pago hoje, tem valor muito reduzido – varia entre R$ 150 e R$ 375, e será apenas por apenas mais quatro meses.
“São muitos erros, equívocos, mas não garantir o mínimo, uma previsibilidade, uma tranquilidade aos mais vulneráveis é um crime contra o povo brasileiro. Portanto, é inaceitável que esta Casa não tenha a coragem de pautar a medida provisória porque o plenário, os representantes do povo brasileiro, com certeza vão alterar essa medida e garantir R$ 600”, reforçou Reginaldo Lopes.
Segundo o deputado, o Brasil tem hoje mais de 100 milhões de brasileiros e brasileiras com dificuldade de alimentação, de ter comida na mesa. “O Brasil tem 30 milhões de brasileiros e brasileiras na extrema pobreza! Voltamos à extrema pobreza. No século XXI, pela primeira vez na história, pela mão de um retirante nordestino, o Luiz Inácio Lula da Silva, nós retiramos o Brasil do mapa da miséria e da fome e, agora, pelas mãos dos bolsonaristas, dessa equipe econômica negacionista, desse banqueiro que fala que é ministro da Economia, o Paulo Guedes, nós colocamos 30 milhões de brasileiros na miséria”, criticou.
Segurança alimentar
O deputado Padre João (PT-MG) reforçou o apelo pelo auxílio emergencial de R$ 600. “Faço um apelo, um clamor por justiça. Esta Casa tem que ter sensibilidade para as ações e conter a pandemia, para garantir a segurança alimentar e garantir a dignidade do ser humano. Portanto, o auxílio emergencial tem que ser de R$ 600”, defendeu.
Padre João disse que a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional fez uma pesquisa em dezembro, época em que ainda havia o auxílio emergencial, em todas as regiões do Brasil, urbanas e rurais, e chegou à constatação: nós temos 116 milhões e 800 mil brasileiros sem acesso pleno e permanente ao alimento. “Repito, são 116 milhões de brasileiros sem acesso pleno ao alimento.
Destes, 43,4 milhões não têm alimento em quantidade suficiente; ou seja, estão em situação de segurança alimentar moderada ou grave. E dos 116 milhões ainda, 19,1 milhões estão passando fome, passando fome! São 19 milhões de brasileiros passando fome”, lamentou.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) enfatizou que a pobreza no Brasil está aumentando todos os dias e que é impossível que um cidadão brasileiro sobreviva com um auxílio emergencial de R$ 150. “A fome batendo na porta da casa das pessoas, a carestia é uma realidade, o aumento dos preços da gasolina, do gás, do feijão, do arroz, da carne e o desemprego aumentando, mais de 15% da população brasileira desempregada, quase 350 mil pessoas já morreram por causa dessa pandemia. E nós não podemos ser coniventes com isso”, afirmou.
Na avaliação do deputado Assunção, Bolsonaro não tem condições de reverter essa situação de crise sanitária e econômica pela qual o Brasil passa. “Se ele não tem capacidade para reverter essa situação, nós não podemos ficar esperando chegar a eleição de 2022 para o povo tomar as rédeas do jogo e dar o destino de Bolsonaro. Nós fomos eleitos para intervir no momento em que a população exige, e a população brasileira está exigindo o seguinte: fora, Bolsonaro”.
Bolsonaro perigo para o mundo
O deputado Paulão (PT-AL) também defendeu o auxílio emergencial no valor de R$ 600 e aproveitou para mais uma vez destacar o mau exemplo que o presidente Jair Bolsonaro dá ao negar a ciência e a vida. Que vai sem máscara, não usa álcool em gel, inclusive como na última visita que ele fez a Brasília, acompanhado do novo ministro da Justiça, para fazer média com a população, tomando sopa”, citou. Ele acrescentou que é por isso que em um dos principais jornais da Inglaterra a manchete é: Bolsonaro é um perigo para o Brasil e para o mundo. “Isso é muito grave porque o principal líder do governo, o presidente da República, não dá exemplo, e as mortes estão crescendo de forma exponencial”, lamentou e pediu a apreciação de um dos pedidos de impeachment de Bolsonaro, já protocolados na Câmara.
Vânia Rodrigues