A Câmara dos Deputados realizará, na próxima segunda-feira (20), a partir das 9h, um seminário em homenagem ao centenário de Paulo Freire. O objetivo do evento, que irá acontecer de maneira remota e durante todo o dia, é debater, ampliar e aprofundar o pensamento e o método de ensino desenvolvido pelo patrono da educação brasileira. A iniciativa foi proposta pela deputada federal Marília Arraes (PT-PE) e contará com a participação das deputadas federais Luiza Erundina (PSOL-SP), Lídice da Mata (PSB-BA) e do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE).
Marília irá mediar a mesa “A atualidade do pensamento de Paulo Freire”, a partir das 15h30. Os participantes da mesa serão: Agostinho Rosas (professor titular da UPE associado ao Centro de Estudos Paulo Freire); Maria Monica Antunes Sales de Melo (diretora do Instituto Capibaribe); e Sérgio Haddad (doutor em História e Filosofia da Educação pela USP, professor e pesquisador de Paulo Freire).
“É sempre importante e fundamental promover debates sobre Educação, já que é através do conhecimento que as sociedades se transformam. Diante de tantos ataques contra o pensamento freiriano e do centenário de Paulo Freire comemorado em setembro, tivemos a ideia de realizar esse seminário na Câmara. Não podemos deixar que toda construção realizada por Freire seja diminuída por um governo que não acredita na transformação social”, afirma a deputada.
Quem foi Paulo Freire?
Paulo Freire foi uma das vozes mais importantes da educação e da filosofia no Brasil no Século XX. Seus ensinamentos, sua produção acadêmica e literária seguem extremamente atuais e alimentam as utopias de grande parte daqueles que lutam por uma sociedade justa. Em vários países, a produção da filosofia educacional freiriana segue ajudando educandos e educadores a compreender a complexidade das relações de poder na sociedade, ao passo que instrumentaliza e constrói os saberes pela educação formal e não-formal.
Paulo Freire, Miguel Arraes e o MCP
A gestão de Miguel Arraes à frente da Prefeitura do Recife, entre 1960 e 1963 foi fortemente marcada pela priorização de ações e projetos estruturadores nas áreas de educação e cultura. Foi na gestão de Arraes, ao lado de Paulo Freire, que a Prefeitura criou o Movimento de Cultura Popular (MCP), que tinha como principal foco a alfabetização e a educação de base.
O MCP tinha por objetivo ajudar na construção de uma consciência política e social entre os trabalhadores e trabalhadores no intuito de tornar a população mais apta para a participação na vida do país. Entre diversas ações, o movimento realizou uma experiência através do rádio, ao transmitir programas de alfabetização e de educação de base com recepção organizada em escolas experimentais. Paralelamente, procurou diversificar suas atividades, ao criar “parques” e “praças de cultura”.
Assessoria de Comunicação