A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados promoveu nesta terça-feira (10) audiência pública sobre a privatização do setor elétrico e os impactos para os trabalhadores. A iniciativa é da Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico Brasileiro, deputada Erika Kokay (PT-DF). Participaram da audiência trabalhadores e representantes de entidades nacionais.
Erika Kokay afirmou que o objetivo do desgoverno Temer é se desfazer de setores estratégicos e que são importantes para a construção de um projeto de Nação. Para ela, o setor elétrico brasileiro passou a ser tratado como mercadoria pelo Governo, que já anunciou a venda da Eletrobrás.
“Todos nós sabemos que a Eletrobrás não será vendida para grupos brasileiros. Não podemos deixar que o governo golpista continue dizimando os patrimônios estatais. O desempenho da privatização não é para o bem do povo brasileiro, todo lucro é destinado para quem comprou”, alertou. “Quem leva metade do orçamento brasileiro são os rentistas, eles não possuem nenhuma ligação com o interesse dos trabalhadores”, afirmou Erika.
Para a representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários, Fabíola Latino, o impacto da privatização da Eletrobrás não atingirá somente os trabalhadores, mas também a soberania do país. “ Defender as empresas responsáveis pela distribuição de energia é defender o Brasil. Um exemplo de retrocesso foi a privatização das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, onde o desemprego foi instalado da noite para o dia e 24 mil trabalhadores sofreram esse impacto”, lembrou.
De acordo com o diretor-executivo suplente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Engenheiros, Gunter Angelokorte, os municípios brasileiros que têm o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais altos são aqueles que têm o maior consumo de energia elétrica. “ O sistema elétrico faz parte da infraestrutura e das condições mínimas de vida do ser humano. Considerar a energia apenas como um commodities é um crime, não podemos deixar que o ilegítimo toque na Eletrobrás”, defendeu.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) prevê o aumento de tarifas com a mudança de regras que permitirá a privatização da Eletrobrás. O impacto inicial seria de 16,7% na tarifa de energia de imediato.
Layla Andrade