A deputada Ana Perugini (PT-SP) avaliou como inaceitável a detenção de Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), durante reintegração de posse da Vila Colonial, nesta terça (17), em São Mateus, Zona Leste da capital paulista. Boulos foi acusado de desobediência judicial e incitação à violência.
“Não podemos nos calar diante de tamanha afronta aos direitos de ir e vir e de livre manifestação consignados na nossa Constituição”, disse a parlamentar, que começou sua trajetória em movimentos populares e sociais, em defesa da moradia e da agricultura familiar.
“A polícia justificou a prisão com o argumento de que ele esteve em outras ocupações e participou de atos contra a reintegração. Onde há crime nisso? Como cidadão e como coordenador do MTST, são suas prerrogativas.
Além do mais, estava atuando na mediação, buscando um desfecho sem violência, para garantir a integridade de mulheres e crianças”, comentou a parlamentar, que é coordenadora nacional da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos Humanos das Mulheres no Congresso Nacional.
Ao ser detido, o líder do MTST disse que a polícia estava “de olho nele” desde o ano passado, quando participou de um protesto em frente à casa de Michel Temer, em São Paulo.
Para a deputada Ana, a prisão é mais uma demonstração de intolerância e perseguição aos movimentos sociais por parte do governo paulista. “Em São Paulo, o cidadão que se organiza em movimentos sociais é acusado de desobediência civil; aquele que reage a uma injustiça e luta por seus direitos, por sua sobrevivência responde por incitação à violência”, analisou Ana.
Assessoria Parlamentar