Prisão de Eduardo Cunha atinge Planalto, mas não isenta Moro de parcialidade nas investigações

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O “Michel [Temer] é Eduardo Cunha”. A frase do senador Romero Jucá (PMDB-RR) – captada por gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ganha dimensão reveladora com a prisão, nesta quarta-feira (19), de Eduardo Cunha, que foi artífice-mor do golpe parlamentar contra a democracia e contra a presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff. Cunha foi preso preventivamente em Brasília e conduzido para Curitiba, sob a acusação de receber propina de contrato na exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

Deputados da Bancada do PT na Câmara avaliam que a prisão de Cunha não deve ter um fim nela mesma, já que a decisão do juiz Sérgio Moro de mandar prendê-lo ocorre de maneira tardia, diante das comprovações dos crimes cometidos pelo réu. Para esses parlamentares petistas, Cunha é peça-chave para desvendar os bastidores do golpe que alçou ao poder um governo ilegítimo. Tanto é verdade que a notícia da sua prisão fez o golpista Temer antecipar para hoje o retorno da viagem oficial que fazia ao Japão. Isso significa que uma potencial delação de Eduardo Cunha já preocupa os golpistas.

“Eduardo Cunha, como muitas vezes falamos, é um dos políticos mais corruptos da história do País. Cometeu inúmeras vezes o crime de obstrução da Justiça, inclusive usando o cargo de presidente da Câmara. Depois da sua cassação, hoje foi dado mais um passo para aquilo que é o justo. A prisão dele deve desencadear todo um conjunto de mudança do cenário político brasileiro. Sabemos que o governo hoje liderado por Temer, além de ilegítimo, é marcado pela corrupção. E a minha expectativa é a de que a delação de Eduardo Cunha acelere a queda do governo golpista de Michel Temer”, afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

Para o parlamentar, a prisão de Cunha e sua possível delação, podem dar novos rumos à democracia brasileira, já que o ex-deputado – uma espécie de homem-bomba para os golpistas – pode acelerar a queda de Temer. Fontana alertou que se esta queda acontecer até dezembro deste ano o povo brasileiro terá a chance de escolher de forma direta e democrática um novo presidente. “Isso porque, se Temer cair a partir de janeiro, quem vai eleger o futuro presidente do Brasil é o plenário da Câmara, que é absolutamente ilegítimo para realizar uma eleição como essa”, argumentou.

Ele também fez publicamente um pedido à Justiça e ao Ministério Público Federal: “Peço ao juiz Sérgio Moro, ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ao ministro Teori Zavascki para que homologuem rapidamente as delações da OAS, da Odebrecht, da Delta e de Sérgio Machado, porque elas batem duro no coração do PSDB, do PMDB, do PP e podem permitir a queda de Temer até dezembro”.

Para muitos deputados, agir nessa direção seria começar a caminhar minimamente rumo a uma isenção que até agora faltou à operação Lava Jato. O deputado Assis Carvalho (PT-PI) e a deputada Erika Kokay (PT-DF), diante das evidências que justificavam a prisão de Cunha há muito tempo, questionaram a postura dos responsáveis pela Lava Jato que sempre demonstraram parcialidade na condução das investigações.

“Sem alternativa que justifique a liberdade de Eduardo Cunha, tiveram de prendê-lo. Isso dará um pouco de verniz de isenção. Afinal, seria complicado explicar algumas prisões seletivas ao mesmo tempo em que Cunha permanecesse solto”, avaliou Carvalho. “Para a Lava Jato, mostrar imparcialidade e isonomia, teria que mirar no PSDB e em grãos-mestres do PMDB que hoje ocupam o Planalto. A prisão de Cunha é para dar combustível para a imprensa dizer que a Lava Jato é ampla, geral e irrestrita. Não, não é”, comentou a deputada.

Também revelando o caráter tardio da prisão de Cunha, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) questionou por que deixaram um réu, com provas públicas e amplamente debatidas sobre seus crimes, conduzir um processo de impeachment contra uma presidenta honrada e legitimamente eleita. “Como não pensar que a morosidade foi para ajudar Temer e o golpe contra a democracia? O futuro vai mostrar o preço desta arquitetura que já entregou o pré-sal, aprovou a PEC da Maldade – a PEC 241 – e outras barbaridades”.

O deputado Bohn Gass (PT-RS) reforçou a expectativa dos brasileiros sobre as revelações que Cunha tem a fazer como o centro das articulações do golpe que rompeu a democracia do País. “O nosso desejo é que ele possa relatar tudo o que aconteceu para promover este golpe no Brasil. O Temer já antecipou o retorno de sua viagem, e seus aliados devem estar muito preocupados neste momento. Mas o que nós queremos é que Cunha diga tudo o que sabe sobre este escândalo feito neste País”.

PT na Câmara

Foto: Lula Marques/Agência PT

Ouça o Deputado Jorge Solla na Rádio PT

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Ouça a Deputada Erika Kokay na Rádio PT

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Ouça os Deputados Enio Verri e Adelmo Leão na Rádio PT

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