A presidenta Dilma Rousseff desembarcou nesta quarta-feira (8), na cidade de Ufa (Rússia), para se reunir com os chefes de governo da Rússia, Índia, China e África do Sul – países que integram os Brics. Um dos temas do encontro é a implantação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado no ano passado. A ideia da cúpula é a de que a nova instituição financeira atue em programas de infraestrutura e dê suporte aos países-membros no atual período de desaceleração da economia mundial.
O sétimo encontro do grupo econômico, que representa um quinto da economia mundial e 40% da população do planeta, começou hoje e prossegue até esta quinta-feira (9).
Com o funcionamento do Banco dos Brics abre-se, aos países-membros, alternativa de financiamentos de longo prazo adequados a obras de infraestrutura necessárias nos países emergentes. Além disso, outra avaliação positiva é que o NBD criará espaço para outras moedas, reduzindo a pressão sobre o dólar americano no comércio internacional.
A instituição financiará, principalmente, projetos de infraestrutura nos Brics, mas as operações podem ser estendidas a países em desenvolvimento que desejem fazer empréstimos.
Na terça-feira, o conselho de governadores do Novo Banco de Desenvolvimento deu posse a seus executivos. A presidência ficará sob o comando do indiano Kundapur Vaman Kamath. Foram empossados também quatros vice-presidentes, entre eles, o economista Paulo Nogueira Batista Jr., que vai representar o Brasil na instituição.
O deputado Fernando Marroni (PT-RS) destacou o protagonismo brasileiro nesse novo bloco econômico e avaliou que a criação da nova instituição financeira será muito importante no cenário econômico atual. “É importante essa relação com os Brics. É nesse encontro que, definitivamente, vamos dar sequência ao Novo Banco de Desenvolvimento que dará um impulso definitivo para o desenvolvimento dos países emergentes”, afirmou.
Marroni lembrou ainda que desaceleração da economia mundial é fruto da crise de 2008, ainda não resolvida e que, avaliou, chega retardada em países em desenvolvimento. “Penso que fortalecer os laços com os Brics é uma saída para a crise desses países”, acredita Marroni.
Fernando Marroni acredita também que o Brasil trilha no caminho certo ao apostar numa agenda internacional, avançando para além do continente americano. “Acho muito importante o Brasil estabelecer relações não só com os Estados Unidos, mas também com os Brics, para que possamos ter uma diversidade de nosso comércio internacional e estabelecer relações políticas estreitas com os países desenvolvidos”.
Benildes Rodrigues com Portal Brasil
Foto: Roberto Stuckert Filho