O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) foi eleito o novo líder da Liderança da Minoria na Câmara. A decisão unânime partiu de todos os partidos que compõem o colegiado PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB e Rede. A escolha foi acompanhada pelo líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). “A liderança vai representar a voz desse conjunto de ideias, dos partidos, e suas opiniões”, assegurou o novo líder.
Na nova função, Alencar Santana disse que a luta e a resistência que se apresentaram nos últimos tempos “pavimentou” a unidade política da oposição. Segundo ele, essa unidade atua frontalmente contra o governo Bolsonaro, as suas pautas, ao que ele representa e defende. “É uma unidade em torno da democracia e de que a gente possa resgatar direitos, a dignidade do nosso povo. Então acho que o sentimento é esse de todos os partidos da oposição”, destacou Alencar.
A unidade dos partidos foi abordada várias vezes como principal arma de enfrentamento à agenda contrária à democracia e aos direitos sociais imposta por Bolsonaro.
“Aqui nós temos que estar cada vez mais unidos, mais fortes, firmes na resistência para segurar essa pauta destrutiva do governo Bolsonaro que apresentou uma pauta imposta e publicada no diário oficial de projetos que se a gente observar bem não tem nada ali que interessa ao nosso povo. E nós sabemos que o projeto de Bolsonaro é autoritário, é um projeto fascista e entreguista”, classificou.
Luta contra privatização da Eletrobras
Como exemplo nefasto do projeto entreguista do governo, Alencar Santana citou a privatização da Eletrobras. O líder da Minoria antecipou que os partidos de oposição irão contestar judicialmente a decisão, nesta quarta-feira (15), do Tribunal de Contas da União (TCU) que liberou o governo para dar continuidade às etapas da privatização da Eletrobras.
“Nós da oposição vamos contestando judicialmente o porquê dessa aprovação pelo TCU de algo que está claro, e o próprio tribunal detectou o enorme prejuízo de bilhões de reais, mais de R$ 60 bilhões ao povo brasileiro. O povo perde agora e vai perder depois, porque com certeza nós teremos o aumento na conta de energia”, alertou Alencar Santana.
Ação conjunta
Essa decisão anunciada pelo novo líder da Minoria é acompanhada pelo deputado Reginaldo Lopes líder da bancada petista. “O papel e a liderança do deputado Alencar Braga vai ser fundamental. Para quê? Para ter uma pauta conjunta. Hoje nós decidimos que os partidos de oposição e da minoria vão à Justiça a partir do relatório do relator-revisor do TCU, ministro Vital do Rego, que aponta o prejuízo para o País, ao patrimônio brasileiro, à soberania nacional. Então nós vamos agir juntos”, observou Reginaldo Lopes.
Chega de retrocesso
Para o líder da bancada petista, o caso Eletrobras serve de alerta para as tarefas que se apresentam e, segundo ele, exigirá de se dobrar a resistência. “Nós não podemos permitir nenhum mais retrocesso contra o povo brasileiro. Esse governo Bolsonaro ele não veio para construir, ele veio para destruir o que nós construímos e deixamos de legado pro povo brasileiro”, reclamou Reginaldo.
Travessia
Para Reginaldo Lopes, em torno da escolha do líder da Minoria e o líder da Oposição por unidade, vai fortalecer a luta conjunta e, assim, garantir a travessia. “Nós temos que resistir, mas nós temos que construir nesses próximos dez, onze meses a travessia. A travessia é a partir de vários debates de propostas que vão ser implementadas com o futuro governo Lula na reconstrução do Brasil para resgatar a dignidade do povo brasileiro”, disse esperançoso.
Para Lopes, dar dignidade ao povo é permitir acesso à escola, ao trabalho, de ter comida em abundância e de qualidade. “Esse é o desafio. Nós não podemos aceitar que a política da violência, a política do ódio, o Estado armado, o estado miliciano vença o amor, a esperança, a fraternidade, a solidariedade, a cooperação. Com esses princípios vamos derrotar esse Estado que Bolsonaro quer impor ao povo brasileiro e ao País”, asseverou.
Maior bancada de oposição
O líder Reginaldo Lopes disse ainda que um dos maiores legados que quer promover na sua liderança é entregar ao Brasil a maior bancada de apoio a maior e extraordinária liderança: Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo Lopes, voltará à Presidência da República para reconstruir o país.
“Então, esse é o maior legado: levar a maior bancada de oposição para a maior bancada de governo que vai dar sustentabilidade junto com o povo brasileiro. Nós queremos combinar que a sustentabilidade do governo Lula se dará institucional no Parlamento, respeitando as instituições, mas, ao mesmo, ela terá forte raiz na organização social e, com ela, vamos produzir a governabilidade e as condições políticas para fazer as mudanças mais estruturantes que o Brasil precisa”, finalizou Reginaldo Lopes.
Benildes Rodrigues