Política de Bolsonaro contra a Covid é ‘assassinato em massa’, denuncia Bohn Gass

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Às vésperas de o Brasil completar meio milhão de mortos por Covid-19, o líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), denunciou que o capitão-presidente Jair Bolsonaro é o principal responsável pela tragédia que o país vive. “É um assassinato em massa”, disse, ao referir-se a estudo da USP encaminhado à CPI da Covid, no Senado Federal, no qual informa-se que Bolsonaro agiu intencionalmente para provocar a morte de pelo menos 1,5 milhão de brasileiros, dentro de uma teoria sem base científica para criar uma “imunização de rebanho”.

Segundo Bohn Gass, o documento de quase 200 páginas tem conteúdo extremamente grave, já que aponta que a lógica do governo militar conduzido por Bolsonaro é a de “provocar as mortes no Brasil”. O líder do PT mencionou que uma das coordenadoras do estudo, Dra. Deisy Ventura, diz que ”não existe incompetência, a disseminação do coronavírus é uma estratégia oficial.” Ou seja, a necropolítica é prática oficial do governo federal, pontuou Bohn Gass.

Genocídio

De acordo o líder do PT, estudo publicado no jornal norte-americano The New York Times aponta que a imunização de rebanho, defendida criminosamente por Bolsonaro, é uma tese negada pela ciência e, se aplicada, a taxa de mortalidade chega a 1% da população e a de infecção a 70%. Assim, o capitão-presidente planejou, pelo menos, 1,5 milhão de mortes no Brasil. “A imunidade de rebanho não é nada mais do que o assassinato em massa da população brasileira”, denunciou o líder do PT.

O líder do PT também suspeita do envolvimento de Bolsonaro na defesa do uso da cloroquina contra a Covid-19, medicamento cientificamente comprovado que não tem nenhuma eficácia e ainda pode provocar a mortes de pessoas que o utilizam indevidamente.

Bohn Gass assinalou que Bolsonaro ligou para o governo da Índia e, em vez de negociar vacina, fez gestões para a compra de insumos para a produção de cloroquina, conforme denunciou o jornal O Globo. Dois laboratórios pertencentes a empresários bolsonaristas são apontados como beneficiários das gestões diplomáticas de Bolsonaro, assim como de sua defesa do medicamento condenado por cientistas no uso contra a Covid-19.

Sim à vida!

Para Bohn Gass, à medida em que avançam os trabalhos da CPI, comprova-se a responsabilidade exatamente do presidente da República na tragédia sanitária em que o País está mergulhado. Ele assinalou que na CPI no Senado já se disse que há provas para o indiciamento do presidente genocida. “Chega de mortes! Nós queremos vidas!”, exclamou Bohn Gass, durante discurso no plenário da Câmara.

O parlamentar criticou duramente Bolsonaro por fazer uso diuturno da disseminação de mentiras, marca registrada de seu governo desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro de 2019. Bohn Gass observou que dentro do norte genocida do governo, o capitão-presidente usa a mentira para fugir da pecha de assassino em massa. O parlamentar denunciou que a preparação de escândalos, como o uso fraudulento de falso estudo do Tribunal de Contas da União sobre mortes por Covid-19 no País é um exemplo.

Governo da mentira

O estudo manipulado foi preparado por um auditor do TCU, que é bolsonarista e filho de um coronel amigo de Bolsonaro e contemplado com uma “boquinha” altamente remunerada na Petrobras. O auditor, amigos de filhos de Bolsonaro, está sendo investigado pelo TCU. “Eu posso dizer aqui tranquilamente que era jogo combinado com o amigo dos filhos do presidente para divulgar esses dados com o timbre do TCU”, afirmou Bohn Gass.

O líder do PT sublinhou também que o descaso de Bolsonaro com o povo brasileiro não ocorre somente no campo da saúde, mas também no econômico, já que não há investimentos para a geração de empregos e renda, o auxílio emergencial é irrisório e o foco da gestão na área é o favorecimento a milionários e bilionários, em detrimento dos pobres e da classe média, a cada dia mais empobrecidos.

Impeachment já!

“O Brasil está com a inflação alta, o preço dos alimentos nas nuvens, o povo não pode comprar mais seus mantimentos corretamente, a renda emergencial pífia, que mal e mal dá para comprar um botijão de gás, porque tudo aumenta neste governo, o consumo está diminuindo e o salário mínimo está congelado. Nós temos uma decretação de morte pela Covid-19 por causa do genocida presidente e do ministro Paulo Guedes (da Economia)”, afirmou Bohn Gass.

Para minimizar a tragédia social, Bohn Gass defendeu a adoção de auxílio emergencial de R$ 600,00, incluindo os 22 milhões de pessoas que foram retiradas pelo governo do benefício neste ano. Entretanto, na opinião do líder do PT, o Brasil só poderá sair do atoleiro econômico, sanitário, ambiental e social em que se encontra com o impeachment de Bolsonaro, antes que ele extermine mais brasileiros. Na Câmara, há protocolados 121 pedidos de impeachment. Para andar um dos processos, tudo depende só do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Redação PT na Câmara

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