O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), acusou nesta quinta-feira (1) o juiz Sérgio Moro de ter atuado como cabo eleitoral de Jair Bolsonaro durante a campanha. A afirmação ocorre após declaração do general Hamilton Mourão, vice do presidente eleito, à Folha de S. Paulo nesta quinta, na qual revela que o juiz de Curitiba foi sondado sobre a possibilidade de ser ministro caso Bolsonaro viesse a ser eleito. “Isso faz tempo, durante a campanha foi feito um contato”, admitiu Mourão.
Ainda de acordo com o general, o responsável por contatar o juiz foi o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Pelo Twitter, Pimenta afirmou que a atitude é a comprovação de que Moro impediu Lula de disputar a eleição para beneficiar Bolsonaro.
“Agora fica mais fácil de entender a implacável perseguição da Lava Jato contra Lula, o desespero de Moro para que o Habeas Corpus para soltar Lula não fosse cumprido, e a decisão para que Lula permanecesse isolado durante a campanha, sem nenhum contato com a imprensa”, escreveu Pimenta.
No início de junho, o desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Rogério Favreto, acatou pedido de Habeas Corpus para soltar o ex-presidente Lula. A determinação foi descumprida pelo Polícia Federal a pedido de Moro que, mesmo de férias, desautorizou o magistrado de segunda instância. Na ocasião Moro disse que o desembargador era “autoridade absolutamente incompetente” para determinar a soltura.
Ainda de acordo com o líder petista, a revelação do vice-presidente eleito, general Mourão, “é prova testemunhal da relação criminosa e perversa entre a Lava Jato e Bolsonaro” e da atuação do juiz Sérgio Moro para influenciar no resultado da eleição.” Quando Moro vazou a delação de Palocci, já sabia que se Jair Bolsonaro fosse eleito ele seria ministro”, acusou.
O juiz autorizou a divulgação de trechos da delação premiada do ex-ministro faltando seis dias para o primeiro turno da eleição.
O líder da Bancada do PT na Câmara disse ainda no Twitter que “não menos grave é a informação de que o procurador Carlos Fernando, um dos Golden Boys da Lava Jato, não só fará parte de uma eventual equipe de Moro, como durante a campanha já havia sido contatado e informado desta possiblidade”.
Héber Carvalho