Pimenta: “Governo Bolsonaro, o mais corrupto da história do País, usa sigilo de cem anos para impedir investigações”

Deputado Paulo Pimenta. Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo

Em duro discurso na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (28), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que o governo Bolsonaro entrará para a história não só como o governo mais incompetente do Brasil, mas também como o governo mais covarde e mais corrupto da história do país. “Esse governo é tão corrupto, que o primeiro documento a ter cem anos de sigilo decretado foi a lista dos convidados para o coquetel da posse”, disse o deputado, ao citar o rol dos casos suspeitos de ilegalidades que foram classificados com sigilo de cem anos.

“Ganharam cem anos de sigilo os dados que comprovam todas as vezes que os pastores corruptos que atuavam no Ministério da Educação estiveram no Palácio do Planalto; os documentos que envolvem o inquérito administrativo do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; os crachás dos filhos do presidente Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro; os cartões de vacinação do presidente da República e dos seus familiares; os documentos relativos à matrícula da filha de Bolsonaro no Colégio Militar de Brasília”, enumerou.

Paulo Pimenta citou ainda que foram carimbados com sigilo de cem anos os documentos que embasaram os estudos da Reforma da Previdência; os dados que comprovam quantas vezes o advogado Wassef e lobistas de armas entraram no Palácio do Planalto; os documentos relativos aos escândalos da compra das vacinas; os documentos relativos à viagem do presidente à Rússia e à Hungria; os documentos relativos ao Itamaraty, envolvendo negociações para libertar o médico bolsonarista preso no Egito e os dados sobre ao acesso à sala-cofre do Enem.

Outros sigilos decretados por Bolsonaro

Paulo Pimenta ressaltou ainda que o governo Bolsonaro também adotou uma conduta em que os documentos trocados entre os ministérios e a Controladoria-Geral da União para embasar sanções e vetos devem ser tratados como sigilo entre cliente e advogado. “Não são mais documentos públicos”, protestou.

Mesmo assim, continuou Pimenta, mesmo com essa política vergonhosa – cem anos de sigilo têm os documentos da Guerra do Paraguai -, mesmo esse governo tendo afrontado qualquer princípio ético e de transparência, mesmo com essa vergonha para evitar que as investigações possam acontecer, mesmo assim, “há pelo menos 17 casos escandalosos de corrupção, que carimbam Bolsonaro, sua família e seu governo como o governo mais corrupto da história deste País”.

O deputado relembrou que a falta de transparência começou antes da posse, com a investigação sobre o inexplicável patrimônio da família Bolsonaro, que em poucos anos saltou de R$ 1 milhão para R$ 15 milhões. “Esses 13 imóveis que surgiram do nada foram lançados com valores totalmente abaixo do mercado. Dezenas de imóveis comprados em poucos anos com dinheiro não se sabe de onde”, criticou.

Rachadinha

Paulo Pimenta citou o caso da rachadinha e Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. “Foram R$ 5,8 milhões que passaram pelas contas do Queiroz. Boa parte do dinheiro foi depositado na conta da Sra. Michelle Bolsonaro e dos filhos do presidente. Houve todo tipo de iniciativa judicial para impedir a quebra do sigilo, a transparência, para que o povo brasileiro pudesse saber que dinheiro é esse. Até a mãe e a mulher do Capitão Adriano, líder do escritório do crime, da milícia do Rio de Janeiro, eram nomeados e passavam o dinheiro para a conta do Queiroz, que abastecia as contas pessoais da família”, afirmou.

O deputado do PT gaúcho citou ainda a Val do Açaí, a mulher, as filhas e os parentes do Queiroz. “São dezenas de casos de funcionários fantasmas. Agora, o governo botou a Advocacia-Geral da União para defender a Val do Açaí, um caso de corrupção, de batedor de carteira, de trombadinha, cuja defesa a AGU fará”, protestou.

Laranjal, madeireiros, tratores e Covaxim

Foi relembrado ainda o laranjal do PSL, envolvendo o ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, as candidaturas fantasmas de mulheres para desviar recursos do fundo eleitoral. “Tem ainda os conflitos de interesses na Secom. Fabio Wajngarten recebia de uma empresa da qual era sócio. O Ministério das Comunicações contratava uma empresa cujo secretário era sócio”, criticou.

Pimenta citou também o escândalo dos tratores, “um esquema montado para a compra da base do Congresso, R$ 3 bilhões, preços 259% acima do valor de referência”, denunciou.

Teve ainda o escândalo da Saúde, no Rio de Janeiro, quando militares foram contratados para reformar prédios do Ministério da Saúde com valores escandalosos. Há o escândalo das madeireiras, envolvendo o ex-ministro Ricardo Salles, além das denúncias de corrupção da compra das vacinas Covaxin e Coronavac, com documentação escondida de cem anos. “E mesmo assim, o Brasil tomou conhecimento da lama da corrupção envolvendo Bolsonaro, seu governo e sua família”, relembrou.

Lobistas do MEC

Paulo Pimenta citou também o escândalo do Ministério da Educação, com “pastores lobistas; corrupção da empreiteira da Codevasf; ônibus escolares superfaturados, as escolas fake e kits de robótica”.

O deputado concluiu dizendo que “há os filhos do presidente que compraram mansões, que enriqueceram à luz do dia com empréstimos de dinheiro público. Além de covarde, é um governo corrupto”.

 

Vânia Rodrigues

 

 

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