O Diretor-Presidente da Petros, Henrique Jäger, afirmou nesta terça-feira (1º), na Câmara, que o fundo de pensão é sólido economicamente e que o déficit atual registrado pela entidade é fruto da conjuntura de instabilidade econômica, primeiro no exterior, e depois a repercussão no Brasil. A declaração ocorreu durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os Fundos de Pensão no País.
“Não há déficit estrutural na Petros, muito pelo contrário. Se não entrasse nenhum centavo a mais na entidade a partir de hoje, a Petros teria ainda como pagar os benefícios aos atuais participantes pelos próximos 35 anos”, ressaltou. Segundo Jäger, o atual déficit, da ordem de R$ 6,2 bilhões, “é conjuntural e causado, principalmente, pela queda de ações na Bolsa de Valores e pela acumulação de provisões e pagamentos de ações judiciais a beneficiários do Fundo”.
No entanto, o diretor-presidente da Petros afirmou que os investimentos de um fundo de pensão devem ser examinados “sob o horizonte do longo prazo”. Nesse caso, segundo o último balanço da entidade, o desempenho da Petros é bastante favorável: nos últimos 10 anos, por exemplo, a rentabilidade acumulada da Fundação é de 238,72% frente a uma meta atuarial de 200,21%.
Apenas com as demandas judiciais apresentadas por participantes do Fundo, que alegam ter direito a mudança de níveis salariais implementadas pela Petrobras para beneficiar servidores da ativa, o diretor-presidente da Petros destacou que o prejuízo chega a R$ 3,7 bilhões. “Já com ajustes naturais relativos ao aumento da expectativa de vida, foram gastos a mais cerca de R$ 2,2 bilhões”, destacou.
Apesar disso, no balanço divulgado em dezembro de 2014, as carteiras de investimento da Fundação administravam R$ 68,1 bilhões – quantia equivalente a 10% do patrimônio acumulado por todos os fundos de pensão brasileiros.
Medidas contra o déficit – De acordo com o Henrique Jäger, uma série de medidas já estão sendo tomadas para enfrentar o déficit conjuntural. Entre elas, ajustar a política de investimentos da Fundação, direcionando-as para aplicações de perfil mais conservador e adequado ao atual cenário econômico, e reforçar as ações de redução de riscos e de governança destes ativos.
“Por isso criamos a gerência de gestão de risco para subsidiar a tomada de decisão dos investimentos, transferimos a auditoria interna do âmbito da Presidência para o Conselho Deliberativo – conferindo mais independência para a área exercer suas atividades -, e revisamos a estrutura dos comitês de investimento, reforçando o peso dos representantes da patrocinadora e dos participantes nas decisões”, destacou Jäger.
Também participaram da audiência pública os deputados petistas Paulo Teixeira (SP), vice-presidente do colegiado, Enio Verri (PR), Erika Kokay (DF) e Fernando Marroni (RS).
Héber Carvalho
Foto: Salu Parente
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