Petistas repudiam “maldade” de Guedes e Bolsonaro, que planejam retirar educação e saúde do desconto do IR

Depois vazar documento que aponta para o congelamento do salário mínimo e das aposentadorias, o Estadão teve acesso a um estudo elaborado pelo Ministério da Economia, comandado pelo ministro Paulo Guedes, que propõe a retirada das despesas com educação e saúde da dedução do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

No documento vazado e publicado em reportagem do Estadão, nesta terça-feira (25),  a medida é justificada, pois resultaria numa economia de R$ 30 bilhões para o caixa do governo federal e, dessa maneira, compensaria parte das promessas que Bolsonaro (PL) tem feito. O documento obtido pelo jornal possui 10 páginas e foi preparado após o término do primeiro turno da eleição.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) considerou “gravíssima” a notícia de que o governo quer acabar com a restituição de gastos com saúde e educação do IR. “Objetivo é economizar R$ 30 bilhões pro caixa do governo. Somos contra! Milhares de brasileiros usam restituição pra complementar a renda. Você que recebe concorda com isso?”, indagou a parlamentar em sua conta no twitter.

Em outra postagem, Gleisi destaca que primeiro Guedes e Bolsonaro cogitam acabar com a correção do salário mínimo e aposentadorias, agora estudam acabar com a dedução de saúde e educação do IR. “O que essa turma vai fazer ainda de maldade a gente não imagina”, completou.

E o líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) ironizou: “Eu juro pra vocês que o Paulo Guedes não é infiltrado do PT pra sabotar o governo Bolsonaro, tá?”, e em seguida explicou: “Ele e Bolsonaro mergulharam o país inteiro na crise e agora ainda querem tirar até a isenção de IR para gastos com saúde e educação”.

Granada no bolso da classe média

E o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) alertou: “Atenção, Bolsonaro e Paulo Guedes vão colocar a granada no bolso da classe média. O governo defendeu por escrito o fim dos descontos com despesas médicas e de educação no Imposto de Renda. A má gestão bolsonarista vai ficar por conta dos que mais pagam impostos no país”.

O deputado Jorge Solla (PT-BA) destacou que Bolsonaro quer acabar com o salário dos brasileiros e acrescentou: “Agora mais um golpe do governo pra por um fim nos descontos de despesas com médico e educação no Imposto de Renda. Cada dia mais gastos, mais impostos: é um plano macabro pra destruir o povo”.

Pacote de Maldades

O deputado Odair Cunha (PT-MG) relembrou outras maldades da dupla Guedes/Bolsonaro. “Como se não bastasse o congelamento do salário mínimo, o governo Bolsonaro planeja retirar gastos com educação e saúde da dedução do Imposto de Renda. Agora que esse plano vazou para imprensa, Guedes nega e diz que era um levantamento “corriqueiro”. Não enganam ninguém!”, afirmou.

Também em sua conta no twitter, o deputado Bohn Gass (PT-RS) afirmou que o  presidente Bolsonaro posa de bonzinho na TV, mas, na vida real, seu governo é só maldade: “Salário mínimo sem reajuste anual; redução do valor das aposentadorias e agora, a novidade: documento do Ministério da Economia prevê acabar com desconto de despesa médica e educação no Imposto de Renda”.

O deputado José Guimarães (PT-CE) também criticou o que ele avalia como “maldades” do governo Bolsonaro. “Esse governo Bolsonaro não para de fazer maldade contra o povo brasileiro. Mais um golpe que atinge fortemente os setores médios da nossa sociedade”.

Estudo feito pela equipe de Paulo Guedes

Procurado, o ministro Paulo Guedes, por meio de sua assessoria, refutou a proposta e a classificou como “totalmente descabida de fundamento”. Porém, o ministro justificou a existência do estudo e alegou que tais levantamentos são realizados “de forma corriqueira” no ministério.

No estudo feito pela equipe de Paulo Gudes, os economistas preveem, com a dedução dos gastos com saúde, uma economia de R$ 24,5 bilhões ao ano. Por sua vez, com educação anteveem, com o fim do desconto no Imposto de Renda com despesas educacionais, um aumento de R$ 5,5 bilhões na receita da gestão federal.

A lei atual não estabelece teto para deduções com despesas de saúde da base de cálculo do Imposto de Renda. No caso da educação, o contribuinte pode abater até R$ 3.561,50 por dependente.

 

Vânia Rodrigues, com site da Revista Fórum 

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também