Petistas reafirmam compromisso com as 100 mil trabalhadoras rurais que participam da Marcha das Margaridas

Margaridas estão reunidas em Brasília. Foto: Thiago Coelho

Deputado Luiz Couto. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Parlamentares da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (15), para saudar as “Margaridas” – mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta de todos os cantos do Brasil – que estão em Brasília para participar da 7ª Marcha das Margaridas que acontece nesta quarta-feira (16), na Esplanada dos Ministérios. “As margaridas são mulheres valentes, que, desde os anos 2000, marcham pela democracia popular, pela igualdade de direitos, pela defesa da democracia brasileira. Marcham denunciando a violência generalizada, como também marcham por novas proposições, diálogos e negociações políticas com o Estado”, afirmou o deputado Luiz Couto (PT-PB).

Na avaliação do deputado, elas (as Margaridas) se agigantam na política brasileira. E este ano a luta é por mais políticas públicas que atendam às demandas das agricultoras e agricultores familiares de todos os cantos do Brasil. “As Margaridas têm o nosso apoio. Já recebi vários grupos que estão chegando para a Marcha. Sua pauta é a nossa pauta. Almejamos o fim do racismo e da violência contra as mulheres”, garantiu o parlamentar paraibano.

Margarida, uma mulher combativa

Deputada Ana Paula Lima. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Para a deputada Ana Paula Lima (PT-SC) o dia é histórico na Capital Federal. “Hoje, aqui em Brasília, nós temos a Marcha das Margaridas, 100 mil mulheres de todos os estados da nossa Federação estão aqui para marchar por aquilo que defendemos e temos direito”. Ela explicou que a Marcha das Margaridas tem esse nome em homenagem a uma grande ativista, sindicalista que foi morta em 1983, porque teve a ousadia de lutar pelo emprego, pela carteira assinada, pelo respeito às mulheres, pelo direito de ir e vir de todo cidadão, lutar pelas políticas públicas, contra a exploração e em defesa de uma reforma agrária. “Essa foi a Margarida, uma mulher combativa e potente que não se calou e que foi morta em frente à sua família”, frisou.

Por isso, continuou Ana Paula Lima, 100 mil mulheres estão aqui, em Brasília, para lutar pelos seus direitos. “Digo isso, porque historicamente são as mulheres as maiores responsáveis e protagonistas das grandes conquistas para o bem de toda a sociedade. A mulher não luta por ela só. Ela luta pela coletividade desde a luta por emprego e renda, educação, saúde, terra, moradia, saneamento básico, democracia, segurança, direitos humanos e também pela preservação do meio ambiente”, explicou.

Segundo a deputada são as mulheres que, mesmo sobrecarregadas, vão além nas discussões e nos embates pelos direitos de todas e de todos. “São as mulheres as mais prejudicadas nas crises econômicas e também na crise política. São as mulheres que precisam comprovar a sua capacidade em dobro diariamente, em todos os espaços, seja no trabalho, seja na família ou seja na sociedade, principalmente as mulheres mães, as jovens, as negras, as mulheres das periferias, as quilombolas, as mulheres com deficiência ou mães de deficientes que estão todos os dias provando que são capazes. Então, sejam muito bem-vindas, mulheres do Brasil!”.

Direito de trabalhar dignamente

Deputada Ana Pimentel (PT-MG) – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A deputada Ana Pimentel (PT-MG) destacou a importância da Marcha das Margaridas, que reúne mulheres de todas as regiões do País na luta pelo direito de trabalhar, de produzir alimentos de qualidade que chegam à mesa de todo o povo brasileiro, que lutam por reforma agrária com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. “Em memória à Margarida Alves, hoje milhares de mulheres estão em Brasília para defender o direito de todos nós, povo brasileiro, alimentarmo-nos com dignidade, comermos comida saudável, para que acabe a fome em nosso País, para que as mulheres trabalhadoras tenham direito ao trabalho digno, com qualidade”, afirmou.

Ana Pimentel acrescentou que é também em nome da democracia e do direito de defender os nossos direitos — nós sabemos que o nosso País ainda hoje é campeão de morte de lutadores e de defensores dos direitos humanos — que as milhares de mulheres ocupam Brasília hoje e já estão na abertura da Marcha das Margaridas.

“Neste dia tão importante, tão significativo, tão forte politicamente, milhares de mulheres estão em Brasília. Amanhã estarão à frente do Congresso Nacional”, lembrou Ana Pimentel.

Capacidade de luta e resistência

Deputado Merlong Solano. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Ao falar das milhares de mulheres que já estão em Brasília hoje, para a abertura da Marcha das Margaridas, o deputado Merlong Solano (PT-PI), disse que essas trabalhadoras participam de um movimento, cujo nome evoca a capacidade de luta e de resistência das mulheres brasileiras. “Margarida Alves, uma mulher, uma sindicalista, líder da luta das mulheres e dos homens do campo, por justiça social, foi assassinada com brutalidade. As mulheres de todo o Brasil vêm à Brasília para patentear que as mulheres continuam mobilizadas, em defesa de uma sociedade mais fraterna, de uma sociedade menos desigual”, afirmou.

Ele destacou que as Margaridas trazem temas e reivindicações de grande relevância para o debate da sociedade e deste Parlamento. “Como é a defesa da democracia, da segurança alimentar, dos recursos hídricos, das energias renováveis, da biodiversidade, da saúde, da inclusão digital, da educação do campo e de tantos outros temas, cujo debate é proposto pelas mulheres da Marcha das Margaridas ao Governo e a este Parlamento, que abre os espaços para a maior participação das mulheres, o que é essencial para uma sociedade democrática como a brasileira”, argumentou.

Pauta Justa

Deputado Airton Faleiro. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado Airton Faleiro (PT-PA) também saudou as Margaridas. “Eu quero dar um ‘viva’ à Marcha das Margaridas. Cem mil mulheres de todos os estados brasileiros — só do meu estado serão 30 ônibus com mulheres — que estão aqui para defender os seus direitos. Com certeza, Margaridas, vocês serão muito bem recebidas pelo governo Lula, pelas nossas ministras e ministros, que vão atender a pauta de reivindicação de vocês, uma pauta justa”, afirmou. Faleiro acrescentou que as mulheres do meio rural brasileiro não vêm aqui só defender o direito delas na área dos direitos humanos, contra a violência, vêm também defender uma pauta econômica, de melhoria de vida, de crescimento e de dignidade para a sua vivência no meio rural brasileiro.

Deputado Paulão. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

 

O deputado Paulão (PT-AL) frisou que são esperadas hoje em Brasília mais de 100 mil mulheres brasileiras, do campo, da floresta, das águas e das cidades, além de representantes de 33 países. “Essa marcha, que é coordenada pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), por várias federações e sindicatos, é de uma beleza imensa, por sua pauta e pela participação de mulheres trabalhadoras e corajosas, que mudaram o paradigma, que apresentaram propostas que inclusive esta Casa conseguiu recepcionar, pela força das mulheres. Amanhã será o grande dia”, afirmou, ao se referir à Marcha das Margaridas.

 

Deputado Tadeu Veneri. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

E o deputado Tadeu Veneri (PT-PR), ao saudar as Margaridas disse que “sem dúvida nenhuma, a marcha é um marco, não só para Brasília, para o Brasil, mas principalmente para todas as mulheres, camponesas, ribeirinhas, urbanas e rurais, que moram na cidade e no campo. Trata-se de uma homenagem àquela que lutou muito para que nós pudéssemos, inclusive, estar hoje, aqui, fazendo aquilo que é o nosso papel”.

A Marcha

O movimento – Marcha das Margaridas – surgiu no ano 2000 e reúne mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta em busca de visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena.

A marcha é feita a cada quatro anos, em agosto, mês da morte da sindicalista Margarida Alves, assassinada em 1983.

Agenda

Nessa quarta-feira (16), a partir das 7h, as mulheres saem do Parque da Cidade e percorrem a Esplanada dos Ministérios. Além da marcha, as mulheres estão participando desde esta terça-feira (15), no Parque da Cidade, de atividades como plenárias, apresentações culturais, oficinas e rodas de conversa.

Os 13 eixos políticos da Marcha das Margaridas de 2023 são:

Democracia participativa e soberania popular;

Poder e participação política das mulheres;

Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;

Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;

Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;

Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;

Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios – que são territórios e comunidades influenciados pela maré;

Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;

Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;

Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;

Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;

Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;

Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

 

Vânia Rodrigues

 

 

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