Deputados da Bancada do PT na Câmara dos Deputados ocuparam a Tribuna nesta quinta-feira (25) para protestar contra o golpe parlamentar, a maior farsa da história da República, e que iniciou sua última etapa para tentar condenar a presidenta Dilma Rousseff, que não cometeu nenhum crime.
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), “estamos vivendo a consolidação de um golpe. Ninguém vem aqui e fala do que está no processo de acusação contra a presidenta Dilma. Ninguém vem aqui e fala dos créditos, até porque Fernando Henrique Cardoso efetivou mais de quarenta desses créditos, e a presidenta Dilma, em quantia menor, de seis créditos. Ninguém fala disso aqui. Alguém vem aqui falar que a presidenta Dilma é corrupta? Tem razão a própria presidenta Dilma Rousseff, em uma solenidade com centenas de pessoas, quando disse: Virem-me pelo avesso, e não vão encontrar nenhum ato corrupto provocado pela minha pessoa!
Virem-me pelo avesso!”, destacou a petista.
No entanto, acrescentou a deputada Erika Kokay, “alguns, como aqueles que ocupam de forma golpista o Palácio do Planalto, não precisam ser virados pelo avesso porque o ato corrupto está estampado numa delação premiada! Michel Temer recebeu 10 milhões de reais, e parte deles foi para o Paulo Skaf, presidente da FIESP que esteve, durante todo o tempo com o Pato de Tróia, coalhando as nossas cidades para dizer que era preciso tirar a presidenta Dilma, talvez porque ela tenha vetado a diminuição da multa por demissão imotivada e isso provocou a ira daqueles que querem o seu lucro a partir da flexibilização dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou a parlamentar do PT.
Erika Kokay reiterou que a defesa do combate à corrupção feita pelos golpistas é um argumento falso.
“É um combate à corrupção discricionário, é um combate à corrupção falso. Não me venha Michel Temer dizer que combate a corrupção, porque não o faz. Ele alimenta as estruturas corruptas de uma política velha que estava sendo rompida neste País cuja sombra tenta se apossar do que se construiu de República nesta Nação chamada Brasil”.
“Sejamos sinceros e honestos para dizer que se quer tomar conta do poder para implementar uma agenda e um programa que não passou pelas urnas. Aí vem alguém falar que não é preciso escutar o povo porque Michel Temer representa o povo. E aí querem esconder que as pesquisas indicam que Michel Temer tem menos aprovação no País do que Dilma Rousseff. Dilma ontem dizia: É preciso entender que nós não podemos substituir um colégio eleitoral de 110 milhões de brasileiros e brasileiras por 81 senadores e senadoras”, enfatizou Erika Kokay.
A deputada Erika Kokay afirmou ainda que o Brasil vive um momento trágico de sua história. “No qual a democracia está sendo pisoteada e está sendo destruída. Estão sendo destruídos os direitos: direitos da população LGBT, direitos das mulheres, direitos dos negros, todos fundamentais para construirmos uma sociedade mergulhada numa cultura de paz. Frente a esses tempos sombrios, eu encerro lembrando Maiakóvski, que disse: Ao abrir as páginas de um jornal, nós sentimos o cheiro de pólvora. Nós sentimos o cheiro de pólvora ao abrir as páginas de um jornal que tem um lado de construir as notícias e de construir um golpe, que tem vários atores, dentre eles os fundamentalistas mais fascistas desta Casa. Viva a coragem de uma mulher: Dilma Rousseff, que construiu, com a sua própria dor, a sua esperança e a sua fé, a democracia neste País!”, enfatizou a deputada Erika Kokay.
Também o deputado Luiz Couto (PT-PB) reafirmou que o golpe liderado pelo presidente temporário Michel Temer é um golpe contra a democracia. “É um golpe para impedir que os verdadeiros corruptos envolvidos na Lava-Jato sejam investigados e punidos. É um golpe que tem mente, coração e entranhas do golpista Michel Temer, do golpista Eduardo Cunha, da FIESP, dos coxinhas, enfim de uma série de setores que decidiram que não poderiam continuar o projeto que trouxe qualidade de vida para a população, que tirou milhões de brasileiras e brasileiros da miséria”, disse.
“Espero que os senadores repensem: o que significa cometer uma injustiça contra uma pessoa que não tem crime de responsabilidade, que não cometeu dolo, que não agiu dolosamente? E agora ela é punida no sentido de ser afastada. Só temos uma palavra de ordem: para que os senadores repensem e vejam que cometer injustiça é um crime que não tem perdão de Deus, quando esse crime, essa injustiça é feita de má-fé. Fora Temer! Fora Cunha! Fica Dilma, para continuar o projeto de desenvolvimento do nosso País!”, afirmou o deputado Luiz Couto.
Gizele Benitz
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