Parlamentares da Bancada do PT na Câmara ocuparam a Tribuna nesta terça-feira (1º) para manifestar solidariedade ao povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, e aos povos indígenas do Brasil e para protestarem pelo assassinato do líder Simião Vilhalva. O crime ocorreu no último sábado (29), na terra indígena Ñande Rú Marangatú, em Antonio João (MS).
Para o deputado João Daniel (PT-SE), o assassinato do líder indígena demonstra que o ruralismo comanda um verdadeiro Estado Paramilitar no Mato Grosso do Sul. “Fica evidente que o objetivo do Estado Paramilitar ruralista é o de eliminar os povos originários e seus aliados e continuar invadindo e explorando os territórios destes povos”, alertou.
João Daniel defende que as investigações sobre o crime sejam feitas na esfera federal. “O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) não acredita em investigação isenta por parte dos órgãos públicos locais. A região toda é controlada pelos interesses do Estado Paramilitar Ruralista. Consideramos que é de fundamental importância que o corpo de Simão Vilhalva seja periciado fora do estado do Mato Grosso do Sul e que a investigação seja conduzida por delegados federais, sediados em Brasília, e pelo Ministério Público Federal”, ressaltou o parlamentar petista.
Para o deputado Padre João (PT-MG) é absurda a tentativa de alguns deputados em justificar o assassinato dos indígenas, dizer que os índios é que são invasores. “Parece que esses deputados desconhecem a História do Brasil, pois os invasores são os grandes fazendeiros, muitos deles grileiros”.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) afirmou que “a ambição” do agronegócio levou à morte de mais uma indígena. “Mais um índio foi assassinado no Mato Grosso do Sul e isso por uma gana danada do agronegócio por concentração de terra, por concentração de riqueza. Temos que romper com isso. A terra tem que ser democratizada. A terra tem que ser para quem quer trabalhar, quem quer viver nela. E aí estão os indígenas, os quilombolas, os sem-terra”, disse.
Na avaliação do deputado Zeca do PT (PT-MS), o que aconteceu foi um “massacre”. “Um tiro no meio da cabeça assassinou um índio. E os fazendeiros, durante 24 horas, fecharam a rodovia. Onde está o direito de ir e vir? Isolaram os índios na mata para poderem fazer o ataque. É uma brutalidade, uma estupidez”, ressaltou o petista.
Gizele Benitz
Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara