Vários deputados da bancada do PT ocuparam nesta terça-feira (6) a tribuna da Câmara, no primeiro dia de efetivo funcionamento do Legislativo em 2018, para rechaçar a proposta de Reforma da Previdência de Temer e seus aliados. Segundo os petistas, a reforma é cruel e injusta ao retirar direitos dos trabalhadores brasileiros e leniente na cobrança das dívidas bilionárias dos devedores da Previdência. A seguir, o resumo dos discursos dos parlamentares:
Deputado Para Zeca Dirceu (PT-PR) – “É lamentável ver que a Câmara dos Deputados e o governo golpista estejam mais uma vez colocando como prioridade esse retrocesso. A reforma da Previdência é uma ação criminosa. O seu objetivo é desestabilizar o final da vida do trabalhador retirando o direito de ter uma aposentadoria digna e tranquila. Vamos lutar aqui dentro e nas ruas. Se a matéria for colocada em votação, nós vamos derrota-la”.
Deputado Adelmo Leão (PT-MG) – “A Previdência Social é um dos maiores programas de redistribuição de renda da história do Brasil, pois promove o desenvolvimento do País e a justiça social. Essa reforma é inaceitável. Não vamos permitir a diminuição do direito dos trabalhadores, a ampliação do tempo de serviço das mulheres e sobrecarregar os servidores públicos”.
Deputado Carlos Zarattini (PT-SP) – “A Reforma da Previdência é criminosa e ataca o direito dos trabalhadores de todas as idades. Temos que unir o País e derrotar qualquer possibilidade de que mais um golpe seja instalado no Brasil. Só o mercado financeiro quer a aprovação dessa reforma, os trabalhadores não”.
Deputado Paulo Teixeira (PT-SP) – “Essa Reforma da Previdência é mais um aceno do governo ilegítimo para os anseios do mercado financeiro. Perdoar as dívidas dos bancos se tornou fácil para o governo ilegítimo, mas retirar o dinheiro das viúvas, das trabalhadoras rurais e da juventude com esse golpe da Previdência, não será fácil. Não vamos permitir que os brasileiros paguem essa conta”.
Deputado Zé Carlos (PT-MA) – “Apesar do jogo sujo que o governo ilegítimo faz com os trabalhadores, a reforma não passará. Aprovar esse retrocesso é uma agressão a tudo que já foi conquistado durante décadas. Essa reforma prejudica os mais pobres. É um crime contra os trabalhadores”.
Deputado Beto Faro (PT-PA) – “Essa reforma faz com que o trabalhador rural tenha que pagar diretamente a previdência e não mais na comercialização dos seus produtos, causando uma imensa dificuldade: nós temos municípios no Brasil que sequer agência bancária têm. Essa proposta excluirá esses trabalhadores do sistema de previdência e não podemos admitir que um governo que não tem voto para fazer isso mais uma vez queira dar um golpe nos trabalhadores”.
Deputado Pepe Vargas (PT-RS) – “Essa contrarreforma da previdência retira direitos da classe trabalhadora e é encaminhada por um governo que não tem a menor legitimidade, que não foi eleito pelo voto popular. Essa reforma tem o único objetivo de garantir mais lucros para o sistema de previdência privada e visa enquadrar as despesas com a previdência na emenda constitucional 95, aquela que congela os gastos com as políticas sociais por vinte anos. A CPI da Previdência no Senado mostrou que o sistema de seguridade social brasileiro é viável, que não há o rombo que o governo alega ter e isso é só uma cortina de fumaça para aprovar uma reforma que retira direitos”.
Deputado Enio Verri (PT-PR) – “Nós temos que nos unir, todos os setores que defendem a democracia e os direitos dos trabalhadores, para não permitirmos que essa reforma seja aprovada. Mais do que nunca, a união dos parlamentares com os movimentos sociais é fundamental para que alcancemos o resultado que precisamos”.
Deputado João Daniel (PT-SE) – “Gostaríamos de iniciar este primeiro dia do ano legislativo de 2018 dizendo que a pauta que acompanhamos ontem, lançada nesta Casa pelo Presidente da Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, não é a pauta de interesse do povo brasileiro. Nossa bancada e nosso mandato não medirão esforços para combater e impedir a votação da Reforma da Previdência, que atende unicamente aos interesses dos bancos e dos grandes capitalistas brasileiros e internacionais”.
Deputado Luiz Couto (PT-PB) – “Dizer que esta PEC da Previdência vai acabar com privilégios é uma vergonha. Nós temos que obstruir para não votar essa PEC da morte, PEC da maldade e da perversidade. Iremos entrar em obstrução para não votar essa miséria que esse Governo está propondo para acabar com o aposentado e para acabar com o trabalhador do campo e da cidade”.
Deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) – “Nós vamos derrotar essa Reforma da Previdência porque essa reforma não tem preocupação com a Previdência Social no Brasil; ela é uma reforma fiscalista, para fechar as contas do Governo, que inclusive ameaçou acabar com a regra de ouro, confessando a sua irresponsabilidade fiscal. Essa é a grande verdade”.
Deputado Assis Carvalho (PT-PI) – “Queremos reafirmar aqui a nossa luta contra essa maldade teimosa de se tentar desmontar o Brasil, e acabar com a Previdência desta Nação. Nós temos que fazer obstrução, e não permitir que isso aconteça”.
Deputado Paulão (PT-AL) – “O Presidente mais rejeitado da história toma uma atitude que é criminosa principalmente para o Nordeste. Lá, verificamos a importância não só social, mas econômica da Previdência. Em mais de 50% dos municípios de Alagoas, a injeção de recursos da Previdência é maior do que a do Fundo de Participação dos Municípios. Então, passar essa reforma é ir contra o povo brasileiro, principalmente os mais pobres, e também ir contra os municípios”.
Deputado Valmir Assunção (PT-BA) – “Este Governo não tem direito de fazer uma Reforma da Previdência que vai tirar o direito dos cidadãos se aposentarem. Da forma que está sendo proposta, ninguém vai se aposentar antes dos 70 anos de idade. Isto é um absurdo! E ainda vem dizer que o trabalhador rural e a mulher não serão atingidos. Lógico que serão, pois, a partir do momento que esta reforma for aprovada, terão que contribuir com 8% do salário mínimo. E nós sabemos como as pessoas vivem no meio rural”.
Deputado Angelim (PT-AC) – “Ontem tivemos neste plenário uma melancólica sessão solene de abertura da 4ª Sessão Legislativa da 55ª Legislatura — melancólica pelo plenário esvaziado e pelo conteúdo das falas, completamente desconectadas da realidade das ruas e das expectativas da população. Diante de um plenário esvaziado, o Governo e sua base aliada insistiram em defender uma Reforma da Previdência cruel e machista, que sacrifica os professores, os trabalhadores do campo, especialmente as mulheres; e que, na prática, impede a ampla parcela da classe trabalhadora de se aposentar, ao propor uma idade mínima impossível de alcançar”.
Deputado Henrique Fontana (PT-RS) – “Parem de mentir para o povo brasileiro. Não há combate ao privilégio nesta antirreforma. Querem colocar idade mínima de 65 anos para trabalhadores braçais que enfrentam condição penosa de trabalho e que não têm condições de trabalhar até os 65 anos para se aposentar. Parem de mentir para o povo brasileiro, porque se quiserem combater privilégios, vocês deveriam votar aqui o imposto sobre grandes fortunas, o imposto sobre transmissão de grandes heranças. Deveriam regulamentar o auxílio-moradia para que ele não seja pago de forma indigna, mas isso vocês não fazem. Isso a maioria de Temer não faz”.
Deputada Erika Kokay (PT-DF) – “E, ontem, aqui, o Sr. Padilha, Ministro envolvido em corrupção, que faz parte dessa tríade corrupta, que tem um processo hemorrágico de dilapidação do patrimônio público, dizia: Tem que fazer a reforma da Previdência porque as contas não fecham. As contas não vão fechar, com isenção de R$ 1 trilhão, com R$ 500 bilhões de sonegação nessa mesma Previdência. As contas não vão fechar, quando nós temos o Itaú anistiado em R$ 25 bilhões”.
Deputado Caetano (PT-BA) – “Nós também aqui temos a obrigação civil e política de derrubar a reforma da Previdência! Eu quero ver qual deputada e deputado vai ter a coragem de chegar aqui nesta Casa dia 19 e aprovar a Reforma da Previdência! O Deputado que votar com a Reforma da Previdência não retorna para esta Casa, porque o povo brasileiro não o aceitará!”.
Deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) – “A bancada do PT na Câmara e no Senado, os partidos de esquerda, os movimentos sociais estão unidos contra essa famigerada Reforma da Previdência e contra esse desmonte do Estado brasileiro patrocinado por esse governo ilegítimo e pelas grandes empresas multinacionais que querem tomar conta do patrimônio do povo brasileiro”.
Deputado Wadih Damous (PT-RJ) – “Se essa reforma passar, será o fecho de ouro do desmonte dos direitos sociais no Brasil. Se nós a barrarmos aqui, poderemos abreviar a permanência dessa quadrilha no governo porque ela não terá cumprido a sua principal promessa. A Reforma da Previdência para o capital financeiro é primordial. Entregar a previdência dos pobres ao sistema bancário privado para eles é primordial. Por isso a nossa tarefa aqui é gigantesca e tem uma relevância que talvez não tenhamos nos dado conta. Temos que barrar essa reforma e quem vai barrar isso é o povo organizado, o povo na rua, o povo dizendo aos deputados da base do governo golpista: se votar, não volta!”
Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra