Foto: Salu Parente
O líder da bancada do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), elogiou hoje (16) o trabalho feito pelo jornalista Raimundo Pereira na nova edição da revista Retrato do Brasil, que traz reportagem especial que desmonta a tese que sustentou a existência do chamado “mensalão”. “Raimundo Pereira faz um jornalismo investigativo e isento, e é um patrimônio da democracia brasileira”, disse o líder petista ao lembrar da trajetória do jornalista, que foi responsável, entre outros projetos, pelo jornal Movimento, um baluarte da mídia alternativa nos anos 70.
Editada pelo jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, a revista Retrato do Brasil foi lançada no cafezinho do Salão Verde da Câmara, nesta terça-feira (16). O líder lembrou que o tipo de jornalismo que sustentou o jornal Movimento serviu de referência para todos os que lutaram pela democracia e pela liberdade.
Guimarães reconheceu o papel desempenhado pelo jornalista na construção da história republicana brasileira, seja no combate à ditadura ou na luta pela anistia e pela liberdade de opinião e de organização partidária e sindical. Tudo isso, ressaltou Guimarães, ajudou a pavimentar o caminho que hoje sustenta o projeto de transformação que ocorre no Brasil. “A revista é a cara do Raimundo, que é a cara do Brasil”, comentou.
A nova edição da revista Retrato do Brasil traz como reportagem principal A Reconstrução do Mensalão que, de acordo com o jornalista, sintetiza um trabalho de dois anos de investigação sobre o caso. Segundo Pereira, vários aspectos foram sonegados e omitidos no julgamento do caso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), constituindo uma justiça “que lembra os tempos medievais”.
A publicação sustenta que não há, nos autos da Ação Penal 470, provas suficientes e contundentes para condenar os réus. O jornalista demonstra que a tese de desvio de R$ 73,8 milhões da Visanet, que sustentou o julgamento da AP 470, não tem sustentação na realidade, já que os documentos comprovam cabalmente que os recursos foram utilizados em campanhas publicitárias. Ele lembra também que os recursos da Visanet não são públicos, como sustentaram os acusadores da Ação Penal 470.
Na avaliação do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), o que houve na Ação Penal 470 foi uma “injustiça”. Para ele, a revista é “contundente; o documento produzido a partir de documentos e fontes, num trabalho exaustivo de investigação, nos dá a segurança de enfrentar o debate público e de buscar anulação desse julgamento que é uma excrescência autoritária em pleno período democrático”.
Para a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), a publicação sobre o julgamento no STF foi produzida por um jornalista que carrega a marca da credibilidade, respeitabilidade e é um dos mais admirados do País. “Ele traz uma publicação que desmonta toda versão montada sobre o mensalão, ou seja, a natureza fortemente política que pautou o julgamento da AP 470”, disse a parlamentar.
Benildes Rodrigues