Deputados do PT que participaram do seminário “Brasil Novo”, nesta terça-feira (29), na Câmara, elogiaram a exposição do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e rebateram o discurso oposicionista e a cobertura midiática sobre a economia.
O deputado Afonso Florence (PT-BA) – um dos propositores do evento, promovido por diversas comissões da Câmara e que reuniu representantes do governo e da iniciativa privada – destacou o acerto da orientação econômica anticíclica adotada pelo governo a partir da eclosão da crise, em 2008. “Ficou evidente a estabilidade da economia brasileira, seja na condução da política fiscal, seja na manutenção da inflação dentro do teto da meta, o crescimento do investimento externo direto e um conjunto de indicadores que confirmam que, durante o período de crise, a política anticíclica teve resultados positivos”, frisou o parlamentar baiano.
Já o deputado Pedro Eugênio (PT-PE) lembrou que o Brasil “atravessou o pior período da crise mundial crescendo e gerando emprego”, ao contrário dos Estados Unidos, dos países europeus e da maioria dos países do mundo. Ademais, Pedro Eugênio denuncia a atuação político-eleitoral da mídia na cobertura da economia. “O nosso crescimento é um dos maiores do mundo nesse momento. O cenário externo de recuperação tende a facilitar cada vez mais o nosso desenvolvimento, temos tido investimentos públicos e privados superiores ao consumo e, quando olhamos o que é dito pela imprensa, de que a economia está mal, vemos que o que está sendo feito é a antecipação da eleição, é um debate político e eleitoral”, criticou Pedro Eugênio.
Para o deputado Jesus Rodrigues (PT-PI), a fala do ministro da Fazenda “não deixa dúvidas de que o Brasil está no caminho certo” e de que o governo tem sabido executar “ações que vão promover o desenvolvimento da qualidade de vida da população”. Na opinião de Rodrigues, a oposição tem poucas opções concretas para contrapor o governo. “À oposição resta apenas alimentar factoides criados artificialmente pela mídia. Nosso projeto tem por objetivo garantir o crescimento sustentável com a criação de empregos e distribuição de renda, ao contrário do projeto da oposição, que é baseado no crescimento do PIB que promova a concentração de riqueza e o aumento das desigualdades sociais”, explicou Rodrigues.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, deputado Vicente Cândido (PT-SP), um dos propositores do evento, acredita que o seminário contribuirá muito para qualificar o debate sobre a economia brasileira. “Os grandes temas que unem o setor produtivo e políticas públicas devem caminhar em conjunto, para que dessa forma possamos possibilitar o crescimento da economia e geração de renda no país”, afirmou Cândido.
Dissonante – Em artigo publicado na Folha de São Paulo, também nesta terça, o jornalista Jânio de Freitas questiona a cobertura econômica da grande imprensa. Freitas cita artigo de outro colunista da Folha, Vinicius Torres Freire, para expor sua tese: “O Datafolha registra um nível de insegurança econômica inédito desde os piores dias de FHC, embora a situação econômica e social seja muito melhor agora”, escreveu Torres Freire, ao que agregou Freitas: “Algo provoca tal contradição. Não pode ser a percepção espontânea e geral, porque a situação “muito melhor” não lhe daria espaço. O que poderia ser, senão os meios de comunicação desejosos de determinado efeito? Se, apesar da situação melhor, o sentimento é pior, claro que se trata de sentimento induzido. Um contrabando ideológico”.
Freitas encerra seu texto dizendo que estamos vivendo um momento que “conduz às recaídas cíclicas dos meios de comunicação em práticas próprias de partidos e movimentos políticos”.
Rogério Tomaz Jr.