Parlamentares da bancada do PT na Câmara e no Senado divulgaram nota nesta quarta-feira (6) de indignação e protesto contra a operação da Polícia Federal que, nesta manhã, conduziu coercitivamente os atuais reitores e os ex-reitores da UFMG. “Esta é uma prova de que a onda de arbitrariedade e exibicionismo no país está longe de acabar”, diz o texto.
“Não há qualquer justificativa para a forma como a operação se deu”. “Temos explícito mais um episódio de uma ofensiva contra as conquistas progressistas dos últimos anos, desta vez dirigida contra a Educação brasileira e seu propósito de democratizar e libertar. Não por coincidência, o gesto de violência da Polícia Federal voltou-se contra o Memorial da Anistia, ação da UFMG que busca promover o resgate da verdade reprimida pela Ditadura Militar brasileira, desse modo contribuindo para restabelecer no Brasil o tão elementar direito à memória”, afirmam.
Assinam a nota o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) Líder do PT na Câmara; o deputado Raimundo Angelim (PT-AC), coordenador do núcleo de educação do PT na Câmara; o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Líder do PT no Senado e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), coordenadora do núcleo de educação do Senado Federal e a senadora Regina Souza (PT-PI).
Leia a íntegra:
NOTA PÚBLICA
A operação da Polícia Federal que, na manhã desta quarta (6), conduziu coercitivamente os atuais reitores e os ex-reitores da UFMG é uma prova de que a onda de arbitrariedade e exibicionismo no país está longe de acabar. Demonstra-se que o martírio do ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, não foi o suficiente para constranger aqueles e aquelas que hoje entendem ter o direito de utilizar prerrogativas legais para produzir perseguições de cunho político e pessoal.
Não há qualquer justificativa para a forma como a operação se deu. Não há qualquer justificativa para conduzir coercitivamente dirigentes universitários, cidadãos e cidadãs conhecidas publicamente, com endereço estabelecido, cumprindo suas funções e que, a qualquer momento, estariam à disposição da Polícia Federal para prestar as explicações que fossem necessárias. A banalização das conduções coercitivas visa apenas o espetáculo, a autopromoção de agentes públicos mais acostumados aos holofotes do que à prática de suas funções.
Temos explícito mais um episódio de uma ofensiva contra as conquistas progressistas dos últimos anos, desta vez dirigida contra a Educação brasileira e seu propósito de democratizar e libertar. Não por coincidência, o gesto de violência da Polícia Federal voltou-se contra o Memorial da Anistia, ação da UFMG que busca promover o resgate da verdade reprimida pela Ditadura Militar brasileira, contribuindo para restabelecer no Brasil o tão elementar direito à memória.
Somamo-nos à indignação já manifestada pela direção da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, conclamando a sociedade para defender a instituição dessa caçada brutal, sustar a operação e punir disciplinarmente os responsáveis, em particular aqueles que autorizaram tamanha arbitrariedade.
Brasília, 6 de dezembro de 2017
Dep. Margarida Salomão (PT-MG) – Presidenta da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Federais
Dep. Carlos Zarattini (PT-SP) – Líder do PT na Câmara
Dep. Raimundo Angelim (PT-AC) – coordenador do núcleo de educação do PT na Câmara
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) – Líder do PT no Senado
Senadora Fátima Bezerra (PT-RN) – coordenadora do núcleo de educação do Senado Federal
Senadora Regina Souza (PT-PI)
PT na Câmara