Petistas denunciam governo Bolsonaro por demora no pagamento do auxílio emergencial de R$ 600

Milhares de pessoas reclamaram no Twitter, nesta segunda-feira (20), sobre a demora no pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, que começou a ser liberado pela Caixa no dia 9 de abril. Outros usuários da rede social também protestaram porque tiveram seus pedidos por auxílio negados, mesmo preenchendo as condições exigidas pelo governo.

Em relação à demora no pagamento do auxílio, muitos até duvidam se vão mesmo receber o benefício. Nesse caso, várias pessoas reclamam que se inscreveram pelo site ou aplicativo da Caixa – há casos que variam de uma semana a até 15 dias – e que até hoje receberam como resposta do banco apenas a seguinte mensagem: “Situação: Em análise”, demonstrando que ainda não foi aprovado o auxílio.

O perfil oficial da Caixa informa que a previsão oficial de análise dos dados, de 5 dias úteis, é apenas uma estimativa. De acordo com a instituição, o banco só libera o pagamento após a autorização do ministério da Cidadania, comandado por Onyx Lorenzoni. Para o deputado Pedro Uczai (PT-SC), o atraso acontece porque o governo Bolsonaro não trata o auxílio aos mais pobres como prioridade.

“Há quase um mês aprovamos nas duas casas legislativas, Câmara e Senado Federal, o auxílio emergencial de R$ 600 destinado aos trabalhadores que perderam a sua renda em função da pandemia do novo Coronavírus. E há quase um mês que Bolsonaro e sua equipe enrolam os brasileiros e não fazem chegar às mãos dos trabalhadores essa renda básica. As pessoas estão entrando em desespero por conta de necessidades básicas. O pagamento do auxílio emergencial precisa ser tratado com prioridade pelo governo”, afirmou.

A deputada Rejane Dias (PT-PI) disse ainda que essa renda é fundamental para a sobrevivência da população mais vulnerável do País.

“Essa demora é reflexo de um governo que não conhece as necessidades das pessoas. Não conhece a fome, a rotina da periferia. Famílias que estão há mais de um mês sem trabalhar. Quem tem fome, tem pressa. Não há tempo para teorizar. Esse auxílio deixou de ser uma “ajuda” e passou a ser uma “condição” de sobrevivência para muitas pessoas”, explicou.

Ao mesmo tempo em que atrasa o pagamento do auxílio, o deputado Rubens Otoni (PT-GO) lembrou que o governo agiu com rapidez para conceder crédito ao sistema financeiro e às grandes empresas. No dia 23 de março, há quase um mês, o Banco Central anunciou um pacote de medidas que destina aos bancos até R$ 1,2 trilhão em créditos.

“Bolsonaro não tem compromisso com a vida das pessoas. O que foi aprovado em caráter emergencial não avança, sem falar nas dificuldades criadas para que os mais necessitados sejam assistidos. Enquanto isso, toda facilidade para o sistema financeiro e às grandes corporações”, observou.

Auxílio negado

Além do atraso no pagamento de milhões de pedidos de auxílio, existem também denúncias sobre milhares de casos em que pessoas necessitadas tiveram seu cadastro recusado. Alguns usuários desabafaram no Twitter sobre a sua situação financeira e os critérios utilizados para analisar o pedido.

“O que eu faço agora? Com um aluguel de 750,00 reais, luz 300,00, água 100,00, 6 pessoas em casa e só eu trabalhando, sendo que foi cortado 50% do meu salário? Que 640,00 não dá nem pra pagar o aluguel pra não irmos morar na rua meu Deus”, tuitou uma usuária identificada como Isabela Duarte.

Segundo matéria publicada pela Revista Fórum, outro desafio neste momento é garantir o pagamento do auxílio emergencial a pessoas com renda de até meio salário mínimo por mês, e que não têm conta em banco ou acesso à internet para pedir o benefício. Pesquisa do Instituto Locomotiva (SP), encomendada pelo jornal Estado de S. Paulo, mostra que mais de 5,5 milhões de brasileiros estão nessa situação.

Ainda de acordo com a revista, na última sexta (17), a Caixa Econômica Federal informou que 9,1 milhões de pessoas que se inscreveram para o programa pelo aplicativo ou site receberiam a parcela de R$ 600 até essa segunda (20). Porém, o banco ainda não se pronunciou sobre uma solução para as pessoas sem acesso à internet ou conta bancária.

Héber Carvalho com informações da Revista Fórum

 

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