Petistas denunciam escalada do ódio político no País e defendem aumento de pena para crimes de nazismo

Fotos: Lula Marques/Gustavo Bezerra

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) denunciou em plenário, nesta quarta-feira (30), que parlamentares, especialmente da extrema direita, estão vivendo ainda esse período de fanatização, de ódio na política brasileira. “E muito especialmente eles têm se dedicado, nos últimos dias, a ataques permanentes contra o Judiciário do País, contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)”, lamentou.

Fontana disse que, agora, que o povo brasileiro na sua ampla maioria percebe e sabe o que ocorreu no País, ao longo dos últimos anos, “foi que um grupo que chegou ao poder num acidente histórico instalou como uma das ferramentas centrais, a fábrica de fake news, a tentativa da intimidação, a tentativa autoritária dos fanáticos que se acham donos da verdade e que acham que o País estaria à disposição deles”, criticou.

E neste caminho, continua o deputado do PT gaúcho, acaba de ocorrer uma eleição, “uma eleição democrática, onde se enfrentou o uso e o abuso da máquina pública pelo atual presidente, onde, mais uma vez, ele volta a usar e abusar, com o seu gabinete do ódio, volta a usar e abusar do crime das fake news”, denunciou.

Henrique Fontana relembra que durante toda a campanha, e agora, tentam desacreditar a urna eletrônica. “Ou seja, o jogo do Bolsonaro e do bolsonarismo é incentivar a anarquia, a instabilidade e a confusão no País. E o Brasil não suporta mais isto. Nós temos que dizer aqui de alto e bom som”, afirmou.

Ele ainda se solidarizou com todos os ministros da Suprema Corte e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Morais. “[Me] solidarizo porque ele teve sim, em nome do povo brasileiro, a coragem e a firmeza de aplicar a lei, de aplicar a Constituição. Teve a coragem de aplicar a Constituição. E coibiu, com o uso da lei e da Constituição, muitos dos crimes que estavam sendo praticados pelo bolsonarismo e pela campanha de Bolsonaro”.

O deputado concluiu criticando a CPI que foi protocolada na Câmara pelos deputados da extrema direita. “Se alguma CPI deve ser instalada neste País, é para investigar aqueles que tentam intimidar a justiça e desrespeitar a Constituição brasileira”, defendeu.

Atos golpistas

O deputado Leo de Brito (PT-AC) também criticou o fanatismo da base bolsonarista. “Admira-me muito a extrema direita vir aqui à tribuna da Câmara falar de democracia, quando neste momento eles estão insuflando atos golpistas, criminosos, na frente de quarteis, pedindo a volta da ditadura militar no País e atentando contra as instituições”.

Leo de Brito falou ainda da escalada de ódio que vem sendo praticada, incentivada pela extrema direita no Brasil. “Recentemente, nós vimos um sujeito em Curitiba com um cachorro, certamente treinado, atacando com um cassetete pessoas negras”, citou.

O parlamentar relembrou ainda dos crimes ocorridos em escolas de Contagem, “quando pessoas invadindo uma escola, em atos de vandalismo, com suásticas. E, no caso de Aracruz, tivemos a situação de um jovem cujo pai é um PM que deu a ele de presente o livro “Mein Kampf”— Minha Luta, do Hitler, e este adolescente matou três professoras na escola e estava com um símbolo nazista”, lamentou.

Leo de Brito reforçou que tem uma escalada de ódio da extrema direita no País. E informou que já tem pesquisas sendo feitas, de que vários inquéritos que estão em andamento, inclusive prisões estão acontecendo em Santa Catarina, de organizações e aumento de células nazistas no País. “Recentemente, a Safernet fez um estudo de mais de 8 mil páginas nazistas e com apologia ao nazismo”, frisou.

Este Parlamento, na avaliação do deputado, tem que dar uma resposta para este tipo de situação, tem que dar uma resposta contra esta escalada de ódio político, de nazismo, de racismo que temos hoje na sociedade brasileira.

Leo de Brito citou que tramita na Casa projeto de lei (PL 3997/2021), de sua autoria, que aumenta as penas aos crimes de nazismo. “Isto é fundamental. A equipe de transição do governo eleito – que deve assumir a partir de 1º de janeiro – também está tratando destas situações, porque é inadmissível que tenhamos, em pleno século XXI, células nazistas e atos nazistas dentro de escola como estamos vendo neste momento, insuflados, incentivados por esta onda de ódio da extrema direita em nosso País”, finalizou.

 

Vânia Rodrigues

 

 

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