Petistas defendem transparência e refutam tentativa de espetacularização na CPI da Petrobras

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FOTO: ALEX FERREIRA/CD

Os deputados do PT na CPI da Petrobras, durante reunião para votar requerimentos nesta terça-feira (14), reforçaram a postura do partido de não dificultar, em momento algum, as investigações da comissão parlamentar de inquérito e refutaram qualquer tentativa da oposição de espetacularizar as investigações. “O Partido dos Trabalhadores hora nenhuma obstruiu a vinda de quem quer que fosse. Muito ao contrário. Patrocinou a vinda da ex-presidenta da estatal Graça Foster; do ex-presidente Sérgio Gabriele; do tesoureiro do PT, João Vaccari; e do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco”, detalhou o deputado Afonso Florence (PT-BA).

 

Em nome da transparência, Florence explicou por que a bancada votou contra o requerimento que determinava a realização de diligências externas em Curitiba (PR) para tomar o depoimento de pessoas que se encontram detidas em decorrência da Operação Lava-Jato. “A nossa intenção era que as oitivas dos doleiros e dos operados [do esquema] fossem feitas primeiro aqui, para que a opinião pública, as tevês, os canais abertos pudessem fazer a cobertura, permitindo que a população acompanhasse as apurações e o debate político”, disse.

 

Para Afonso Florence, é imprescindível fazer o debate político no âmbito da CPI. Nesse sentido, avaliou as notícias positivas acerca da valorização das ações da Petrobras, o que já representam ganhos para a estatal em torno de 50% no período de um mês.  “A Petrobras está virando a página, pois a investigação é bem-vinda (…) O povo brasileiro não aguenta mais corrupção, seja no âmbito do governo federal, dos governos estaduais ou dos governos  municipais”, disse Florence.

 

O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) também defendeu a orientação da bancada para garantir a transparência na condução dos trabalhos e a investigação ampla e irrestrita na CPI. Ao discordar de argumentos do deputado Altineu Cortês (PR-RJ), Prascidelli demonstrou que a tentativa de apressar a realização de acareações, sem a conclusão das oitivas já aprovadas, representaria uma fuga do roteiro definido pela comissão, o que poderia comprometer, inclusive, o resultado dos trabalhos. Também rebateu veementemente o argumento de Cortês, segundo o qual discordar das acareações neste momento seria se opor às investigações. Segundo Prascidelli, a ideia do deputado seria tão-somente uma via para a espetacularização da CPI.

 

“Eu quero fazer a apuração como qualquer deputado desta comissão e desta Casa, como qualquer cidadão brasileiro. Agora, vossa excelência, passa a intenção de que quer a espetacularização, quando propõe alterar o processo natural e em curso na CPI. Podemos discutir se ela deve ser mais acelerada ou menos acelerada, se deve ter um roteiro que permita a gente trabalhar internamente ou externamente… Tudo isso faz parte do trabalho, mas fazer a alteração da ordem natural das oitivas é, no mínimo, querer trabalhar parcialmente para rotular esta CPI”, rebateu Prascidelli.

 

Votação – A CPI da Petrobras aprovou na reunião desta terça-feira 57 requerimentos, sendo um extra-pauta, para a realização de visitas técnicas, oitivas, convocações e diligências. Antes do início da votação, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) solicitou que as ementas de cada requerimento fossem lidas antes do processo, como forma de garantir a transparência. “Não há nesta Casa qualquer votação que ocorra sem anúncio. Com esse pedido, não houve da minha parte tentativa de procrastinar ou de impedir investigação (…) Quem não respeita os ritos compromete a democracia”, afirmou.

 

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