“O encontro coloca o Brasil na centralidade do debate das questões de gênero, com uma atenção especial ao aumento da representatividade das mulheres nos espaços de poder”, afirma Benedita da Silva
Deputadas da Bancada do PT que participam da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20 (Parlamentos do G20 – 20 maiores economias do mundo) defenderam a importância do protagonismo das mulheres na política e nas questões da sustentabilidade ambiental. O encontro, que tem como tema “Construindo um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável”, reúne mais de 170 parlamentares de vários países entre essa segunda (1) e terça-feira (2), em Maceió (AL).
No discurso durante a abertura do encontro a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), Secretária da Mulher da Câmara dos Deputados e coordenadora da delegação feminina da Casa no encontro, enalteceu o pioneirismo do Parlamento brasileiro na organização da reunião e a importância dos temas que serão debatidos durante o evento.
“O Brasil, ao realizar esta reunião, coloca-se de forma inquestionável na centralidade do debate das questões de gênero, com uma atenção especial ao aumento da representatividade das mulheres nos espaços de poder e nos espaços de decisão, sem deixar, porém, de tratar das questões que consideramos mundiais e essenciais, como a questão do meio-ambiente, a economia e a política de cuidados”, destacou Benedita.
Em nota postada em suas redes sociais, a 2ª Secretária da Mesa Diretora da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS), ressaltou o pioneirismo do evento. Ela disse que “ao tomar essa iniciativa, a Câmara dos Deputados do Brasil reconhece que a presença das mulheres na política, sobretudo no exercício de mandatos parlamentares, qualifica e fortalece a democracia”. A parlamentar lamenta que “por motivo de força maior” não possa estar presente fisicamente no evento, mas escreveu que acompanhará “todas as discussões e iniciativas”.
Sustentabilidade, justiça social e igualdade de gênero
As deputadas do PT também ressaltaram a importância da participação das mulheres nas decisões relativas a sustentabilidade ambiental, justiça social e igualdade de gênero. A presidenta da Comissão dos Direitos da Mulher, Deputada Ana Pimentel (PT-MG) disse durante seu discurso na abertura do encontro que “mulheres feministas dos mais diversos territórios – da cidade, do campo, ribeirinhas, quilombolas e indígenas – há tempos afirmam: é possível a construção de outro mundo, que coloque centralmente a defesa do meio ambiente, o respeito ao corpo e à vida das mulheres e a corresponsabilidade dos cuidados, produzindo uma vida digna e justa para todos”.
Na mesma linha de raciocínio, a coordenadora da Bancada Feminina do PT na Câmara, deputada Jack Rocha (PT-ES), lembrou em entrevista à TV Câmara – após a abertura oficial do evento – que são as mulheres as mais afetadas durante tragédias climáticas e também as que mais assumem a responsabilidade pela sociedade no socorro as pessoas atingidas.
“Além delas serem amplamente atingidas, isso (consequências da tragédia climática) também é consequência do próprio processo que a gente vem trazendo a luz: o Racismo Ambiental. Quando a gente fala de mulheres que são atingidas, se formos olhar bem, veremos que até mesmo as ONGS, associações comunitárias e organizações sociais que dão assistência as pessoas atingidas, em grande parte, também são dirigidas por mulheres”, afirmou Jack Rocha.
Leia Mais: Câmara lança ferramenta para ampliar participação de mulheres na política
Barreiras simbólicas
Ao também ressaltar a importância da participação das mulheres na política como forma de transformação da realidade social e política brasileira, com mais equidade de gênero, a deputada Carol Dartora (PT-PR), cobrou também durante entrevista à TV Câmara a efetivação de medidas que ampliem a participação feminina nos espaços de poder.
“Tivemos alguns avanços, como as cotas de 30% nos partidos, mas sabemos que as mulheres ainda enfrentam mais barreiras para entrar na disputa. São barreiras simbólicas e objetivas: as mulheres são menos vistas como possíveis lideranças, suas candidaturas muitas vezes não são consideradas, não recebem o financiamento e o suporte necessários, e muitas vezes os partidos não cumprem a cota de 30%, ou cumprem com candidaturas laranja. Isso ainda é uma realidade”, lamentou.
Intercâmbio de ideias
Já as deputadas catarinenses do PT, Ana Paula Lima e Carla Ayres, manifestaram em suas redes sociais a satisfação em participar da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20. Ana Paula Lima escreveu no X (antigo Twitter) ter certeza que após o intercâmbio de ideias entre deputadas e senadoras dos vários países que participam do encontro, haverá um plano para apresentar em novembro na 10ª Cúpula do P20, que será realizada em Brasília.
“Estou muito feliz de estar aqui representando Brasil em algumas mesas temáticas na qual vamos debater”, disse a petista. Já a deputada Carla Ayres, destacou que “representar Santa Catarina e o Brasil no evento é uma grande oportunidade de compartilhamento de experiências”.
A deputada Reginete Bispo (PT-RS) também participa da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, em Maceió. “Vamos trabalhar em parceria com mulheres parlamentares dos países-membros do G20 para construirmos um mundo justo e um planeta sustentável”, afirmou.
Héber Carvalho