Petistas defendem Celso Amorim e refutam ataques de militares da reserva

tattozaraO líder da bancada do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), e o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, reiteraram ontem no plenário apoio ao ministro da Defesa, Celso Amorim, e refutaram os ataques direcionados a ele por militares da reserva. Recentemente, Amorim cobrou deles respeito à autoridade civil e às leis brasileiras, em vista do conteúdo de comunicado dos Clubes Militares contra debates no governo sobre o regime militar, sobretudo os que serão travados na Comissão da Verdade.

No mês passado, os clubes que reúnem as três forças assinaram comunicado com críticas à presidente Dilma Rousseff, por não reprimir as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Política para as Mulheres) que deram declarações sobre crimes políticos ocorridos durante o regime militar. Após a divulgação do texto, Celso Amorim anunciou que os oficiais da reserva estariam sujeitos aos regulamentos disciplinares das Forças Armadas. Esse fato motivou nova reação dos militares da reserva, que, por meio de manifesto, questionaram a autoridade do ministro.

Em plenário, o líder Jilmar Tatto fez uma fundamentação sobre a importância da Comissão da Verdade e dos debates travados acerca do tema no Parlamento até ela se tornar, de fato, lei. “Há quem ousa dizer que a Comissão da Verdade não pode existir. Ousa, depois de tudo o que o povo brasileiro passou. Ninguém está propondo que se faça a revisão da Lei da Anistia. Esse é um episódio encerrado na História do Brasil. Queremos pensar o futuro, queremos olhar para frente”, argumentou.

Ao falar sobre a postura dos militares, Tatto disse que é inaceitável que uma pequena minoria ainda desacostumada com a democracia ouse descumprir a lei. “O pacto da democracia é que quem tem armas não pode fazer política, e quem faz política não pode ter armas. Esse é o pacto da democracia universal. É por isso que o nosso chanceler, ministro da Defesa, tem todo o nosso apoio”, ressaltou.

O deputado Carlos Zarattini classificou de “inconsequente” a postura dos militares contra Amorim, contra a presidenta Dilma e contra as ministras Maria do Rosário e Eleonora Menicucci. “Manifesto minha preocupação, porque, depois de 27 anos do fim da ditadura, depois de seis eleições diretas para a Presidência da República, depois de uma Assembleia Nacional Constituinte, estamos assistindo a uma reação absolutamente inconsequente de oficiais da reserva do Clube Militar”, defendeu.

Como integrante da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, Zarattini destacou os debates no colegiado acerca do que é necessário para o Brasil avançar em termos de defesa, a fim de modernizar, profissionalizar e equipar as Forças Armadas. “Essas decisões envolvem ciência, tecnologia, pesquisa, valorização das Forças Armadas. Essa foi a decisão do presidente Lula ao incentivar esse caminho, que agora a presidenta Dilma Rousseff está dando sequência”, disse.

Tarciano Ricarto

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